Juiz de Fora

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O Panótico ouve aqui e agora (98)


Funeral/Neon Bible/The suburbs
(Arcade Fire - 2004, 2007, 2010)

Esta é a última tentativa que faço para ver qual é a do Arcade Fire. Conheci o grupo logo após o lançamento de Funeral (2004) por meio de minha filha. Ouvi o cd uma única vez e vi que não era para mim. Neon Bible (2007), novamente, e nada, embora já o ouvi meio de má vontade. E aí veio o reconhecimento internacional com The suburbs (2010) (primeiro lugar generalizado em crítica). O meu gosto não ser o mesmo da maioria não me perturba. Mas em casos como este, bandas roqueiras independentes e, ainda por cima, elogiadas por músicos que gosto e respeito (Bono, Peter Gabriel e David Bowie) além de uns dois amigos que têm um gosto semelhante ao meu ou já me apresentaram bandas muito boas, eu só posso concluir que o  problema está em mim. Então, vamos aos discos.




Os canadenses de Montreal liderados pelo cantor Win Butler e sua esposa Régine Chassagne lançaram Funeral com este título devido à mortes familiares. As canções têm um instrumental interessante, mas a voz do cantor não me desce, e ela prepondera sobre o resto da banda, o cara grita muito, - parece dor de barriga - e esta coisa meio folk, meio grupo de saltimbancos, um monte de gente, meio dispersiva, meio riponga, não me atrai. Há diversas canções que a banda chega a me empolgar, mas, de repente, a coisa meio que desanda e fica bem bobinha. A última In the backseat é linda (vocais de ou à la Bjork?), mas é meio tarde. Eu me dispenso de acompanhar este funeral.




Neon Bible já começa me irritando com Black Mirror (chata), Keep the car running (bobinha), Neon bible (chata), etc. Black Wave  sintetiza o que eu disse para o disco anterior, quando você pensa que a situação vai melhorar... Ocean of Noise seria mais bonita se o cantor não sofresse tanto quanto canta. As três canções posteriores estão mais para MPB. E aí vem um momento de esperança com a introdução de No cars go (o cantor modestamente dá chance para que a outra cante com ele). My body is a cage ganhou uma versão de Peter Gabriel (ambas apenas razoáveis, a meu ver). Então, eu gostei só de uma faixa. Não vou mais acender esta bíblia.

E aí vamos para The Suburbs - melhor disco e melhor banda de 2010 para tudo quanto é revista - a faixa inicial título começa com uma coisa meio: "e aí, galera, vamos para a rua ver a banda passar?". Ready to start é a enésima faixa da banda que começa animada... e continua animada! Gostei. Modern man é legal. Rococo não tem nada de mais. Empty Room tem um timbre tradicional de guitarra pós-punk e o cantor está quase de boca calada (a moça é bem melhor do que ele, deveria ser a lead singer). Bom, eu vou continuar ouvindo este cd que realmente é melhor do que os anteriores. Mas o Arcade Fire não é uma banda do meu feitio. Não há problema nem comigo e nem com os outros, é meramente uma questão de paladar.


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