Juiz de Fora

domingo, 15 de janeiro de 2012

O Panótico vê aqui e agora (204)


A technicolor dream
(2008)



Fiquei com um pé atrás antes de assistir este documentário, por duas razões: boa parte dele se concentra na apresentação do Pink Floyd em meados de 1967 na qual tocaram a versão original de Interstellar Drive com vinte minutos (na íntegra em Tonite let's all make love in London, que eu tenho há muitos anos); a segunda, porque pensei que seria uma celebração fast food para o underground psicodélico londrino, a versão britânica e contemporânea dos hippies estadunidenses. Fiquei com receio de ser um documentário para a garotada.



Mas o documentário é muito bom: muito informativo, com grande riqueza de detalhes históricos, com análises críticas, sem babação de ovo, e revelações (pelo menos para mim) interessantes: o fato de que o Pink Floyd, com exceção de Syd Barrett, não estar muito ligado ao tal underground. Roger Waters chega a dizer que não viu este underground acontecer, não viu grandes resultados, e que tomou ácido apenas duas vezes na vida. Os organizadores dos eventos da época, - particularmente o show The 14 hour technicolor dream no gigantesco Alexandra Palace, em 29/04/67, que culminou na explosão do underground a ponto de chegar à grande imprensa e às grandes gravadoras - deram entrevistas ponderadas, é notório o orgulho professado por terem sacudido o conservadorismo da época, mas não bancam os heróis e admitem que o movimento se esgotou pelo farto uso de drogas e pelo decorrer do tempo. Jovens com muito ócio um dia tomam um rumo na vida.



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