O cavalo de Turim
(2011)
Este é o primeiro filme do diretor húngaro Béla Tarr (n.1955) a que assisto. Este cineasta é cult dos cinéfilos, alguém comparado a Tarkóvski, Sokúrov, Malick e outros. Comecei a assisti-lo de boa vontade. O título tem pertinência com o fato de que em fins de 1889 o filósofo Nietzsche estava em Turim, viu um cavalo ser covardemente açoitado e pôs-se a abraçar o pobre animal. Pouco depois, o grande alemão quedou-se mentalmente enfermo.
Em um fim de mundo nas estepes húngaras, um miserável camponês idoso enfrenta uma tempestade enquanto dirige-se à sua miserável casa no seu miserável lote. As cenas iniciais são hipnotizantes com excelente música erudita, cinema de primeira. Este é o primeiro dia.
Em casa, o sofrido mercador e sua também sofrida filha comem, com as mãos (!) duas batatas cozidas por refeição e passam a olhar o vendaval pela janela. É a miserabilidade quotidiana, para James Joyce nenhum botar defeito.
No segundo dia, um homem meia-idade vem procurar por aguardente com o caipira oprimido, e desanda a fazer um insuportável discurso filosófico de botequim sobre a degeneração da sociedade e "eles" que são senhores de tudo, de todos, e de seus sentimentos e pensamentos. Bom, se o camponês do casebre é incapaz de compreendê-lo, o sujeito irritado e pregador está discursando para quem? Para nós? Ora, valha-me a noite.
É uma pena, um filme que começa tão bem... Parei de vê-lo por aí mesmo.
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