Juiz de Fora

domingo, 31 de outubro de 2010

O Panótico vê aqui e agora (30)

Tron é um filme da Disney, de 1982, um tanto ruinzinho. O remake traz trilha de Daft Punk, um grupo francês um tanto ruinzão. Mas o resultado até que ficou legal.

Videoclipes (59)

Four big speakers
(Whale, 1998)



Whale foi o primeiro grupo da onda escandinava da década atual. Gravei este vídeo, em 1998, por pura sorte, quando eu já começava a me enfastiar de assistir programas musicais, hábito contínuo por década e meia. Four big speakers é um dos mais maneiros de todos os tempos. Enjoy it!





Discoteca Básica (42)

The fat of the land.
(Prodigy, 1997)



Eu não tenho interesse algum por celebridades, estrelas grandes ou pequenas. Não tenho ídolos incondicionais, nem mesmo Peter Gabriel seria um deles. Explico-me: eu me interesso pelo que elas fazem, não pelo que elas aparentam ser. O músico pode ser tratado a pão-de-ló pela mídia e público, mas se o cd lançado for ruim, é só ruim e pronto e acabou. Dito isto, o visual quanto mais repulsivo mais sexy de Marilyn Manson ou do cantor do Prodigy, Keith Flint, por exemplo, não me fazem gostar ou deixar de gostar de sua música. Independentemente de sua postura (meio bronca, semelhantemente à de outros como os Oasis e os Chemichal Brothers), motivo de boa parte de seu sucesso estrondoso, o Prodigy, com o seu terceiro álbum, The fat of the land, foi um dos grandes responsáveis por consolidar o techno no mercado fonográfico.




A batida inicial de Smack my bitch up (cujo vídeo foi censurado, grande ineficácia) faz com que eu até arrisque uns passos (I can't dance, como o Genesis), e já não bastasse ser boa o bastante, em seguida vem Breathe, um pancadão. Diesel power mantém o ritmo, pula-se Funky shit, que é um shit meio funky, e volta a energia de Serial thrilla. Mindfields caberia bem em um filme de suspense. Narayan é a minha preferida, palmas para Liam Howlett, o discreto instrumentista responsável por noventa por cento do som da banda. Firestarter é para garantir o leite em pó dos moços, e novamente vem outra faixa recompensadora, Climbatize, um techno ao agrado de ouvidos progressivos. Um dos marcos da década de noventa. É uma pena que os demais álbuns do Prodigy são apenas bons.





Filmes (39)

Sete noivas para sete irmãos
(1954)



Alguns filmes parecem ter sido feitos por encomenda dos Darth Vaders da sociedade. A década de cinquenta é a que eu menos aprecio no século XX. O macartismo e a guerra fria tiveram efeitos particularmente nocivos no cinema. Imaginar que sete irmãos se apaixonem por sete irmãs, ainda que no buraco do Oregon recém-incorporado aos EUA, por volta de 1850, é a defesa mais brega da instituição do casamento a que eu tenho notícia (O pai da noiva, de Steve Martin, de 1991, fica em segundo lugar). Assisti a este filme, uma comédia, no final da década de setenta, na Sessão da Tarde, na Globo. Vale pelo instrumento didático de ensinar a um adolescente que não dá para acreditar em tudo que se vê.





Filmes (39)

O homem-elefante
(1980)




Dirigido por David Linch, com John Hurt e Anthony Hopkins, filmado em preto-e-branco (o que era ótimo para espantar o grande público), basea-se na vida de John Merrick, um inglês da era vitoriana que possuía diversas deformidades, uma delas impossibilitando-o de dormir deitado sob pena de morrer por asfixia. Merrick era exibido como aberração em um circo, mas é adotado por um médico que, a princípio, pretende faturar academicamente com o infeliz. Mas Merrick possui uma inteligência normal, e consegue ganhar a simpatia de uns poucos por meio de sua sensibilidade. O filme foi bem-sucedido em tratar da dignidade da vida humana sem resvalar na pieguice, da necessária consideração para com os desiguais sem cair no discurso oco.







Filmes (38)

1900
(1976)



Dirigido por Bernardo Bertolucci e estrelado por Roberto de Niro, Gerard Depardieu e Burt Lancaster, 1900 foi exibido, como minissérie, na tv brasileira no início da década de oitenta, não me recordo em que canal. Trata da amizade e também da oposição política entre dois personagens ao longo da primeira metade do século XX. É uma obra que caiu no esquecimento, jamais o vi em video ou dvd.




Filmes (37)

Dersu Uzala
(1975)




Dersu Uzala é um filme japonês dirigido por Akira Kurosawa, unanimemente tido como maior cineasta nipônico, livre de controvérsias, salvo melhor juízo. Exibido no Brasil no início da década de oitenta, ao que me recorde, trata do confronto cultural entre um oficial do exército russo e um nativo siberiano, no século XIX, creio eu. Além da amizade que se vai estabelecendo entre os dois protagonistas, há uma cena que ganha o espectador desavisado: uma tempestade de neve com uma ventania absurda, na qual Dersu insiste em ficar amarrando uns gravetos.







Já o era assim, desde então (24)



Oh, o homem é um deus quando sonha, mas um mendigo quando reflete; e, quando o entusiasmo acaba, ele fica ali parado, como um filho desgarrado, expulso da casa paterna, observando o miserável centavo que a compaixão jogou em seu caminho.

(Hölderlin, 1797)


sábado, 30 de outubro de 2010

Videoclipes (58)

On
(Aphex Twin, 1993)

Os videoclips mais interessantes da década passada foram os de techno, e muitos deles superavam a própria música. Este aqui, parece-me, harmonizou o que você ouve com o que você vê.

Videoclips (LVII)

E.v.a.
(Jean Jacques Perrey,1970)

Este é um marco da música eletrônica. A melhor faixa do clássico Moog Indigo. Exibido na MTV, o canal de música sem música. Eu quero minha MTV dos oitenta de volta!




Videoclips (LVI)

Sacre français.
(Dimitri from Paris, 1996)

Dimitri from Paris é um dj de Istambul com ascendentes gregos. Em 1998 a MTV ainda era um canal de música, predominantemente, e no programa Amp passou uma coletânea de música francesa que eu pude aproveitar quase por completo, quelle surprise. Sacre Français faz parte do álbum Sacrebleu.





quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cidades (5)

Trieste


Anteontem o canal National Geographic exibiu um documentário sobre Trieste, cidade localizada no nordeste da Itália. Considerada o exato ponto onde se encontram o sul com o norte, e o oeste com o leste da Europa, Trieste já fez parte do império austro-húngaro, e o programa mostrou uma sucessão de construções como palácios, restaurantes e casas culturais, foras as estreitas ruas. Para quem pode, vale bem um passeio por lá.



James Joyce lá viveu quando começou a escrever Ulysses. Há uma estátua dele caminhando por uma rua.









Já o era assim, desde então (23)



Voltaire diz que os céus nos deram duas coisas para compensar as inúmeras misérias da vida: a esperança e o sono. Ele poderia ter acrescentado o riso a lista.

(Kant, 1790)


O Panótico vê aqui e agora (29)

Mike & Molly
(1.ª temporada, 2010/11)



A nova série Mike & Molly é do mesmo produtor (Chuck Lorre) de Two and a Half Men e The Big Band Theory. Todas são comédias fundamentadas em pessoas comuns e não censuram as mazelas do dia-a-dia. Aqui não há este padrão de pessoas saradas e intensas que combatem o crime ou o terrorismo. Os heróis são os do quotidiano. A origem remota é o cinema dos anos trinta, quando parte da mídia reconheceu o fato de que os EUA viviam a Grande Depressão.



Mike é um policial obeso de Chicago que suporta constantes piadas sobre a sua forma, tenta levar no humor, mas não esconde o seu constrangimento. Molly é uma professora primária também obesa, que vive com a mãe sonsa e a irmã maconheira e biscate, rs...




O interessante de comédias como esta é que ela não vende dois peixes podres: dizer que o que importa é somente o interior e não o exterior (para você que é sarado(a) é fácil falar), ou o extremo oposto, tornando a vida dos feios ainda mais miserável. A busca da felicidade possível é melhor do que nada.


domingo, 24 de outubro de 2010

Air no Circo Voador

Os shows do Air em BH, no dia do Professor (15 de outubro), foram cancelados pela baixa procura por ingressos. Pode-se culpar a semana com duplo feriado, mas BH é muito clube da esquina. Quando o Cure lá esteve em 87 o Mineirinho ficou trinta por cento vazio, e Robert Smith falou na Bizz que o público estava bem desanimado. Nina Hagen, no mesmo ano, ficou trinta por cento cheio. E muitas bandas que aqui estiveram tocaram em Porto Alegre e Brasília mas não na capital mineira. Ficam aí, então, os vídeos do show da dupla francesa no Rio de Janeiro.









O Panótico ouve aqui e agora (71)

Naked
(Kissing the Pink, 1983)




Em 1985 foi lançado no Brasil o álbum What Noise? da banda inglesa Kissing the Pink. Arrisquei a comprar o vinil pela capa e uma rápida audição na própria loja. Não me recordo de outras referências, mesmo porque, àquela época, os únicos recursos eram a revista Bizz e o suplemento Ilustrada do jornal Folha de São Paulo. Fiquei com a impressão de que o grupo era formado por muita gente e não fazia um som de se levar a sério. Mas, por destoar de quase tudo (embora tecnicamente seja uma banda de technopop), algumas faixas ficavam na mente. No ano seguinte ouvi em uma fita emprestada de um amigo, por alguns dias o que supostamente seria o álbum seguinte, este Naked. Mas não vi para comprar, o tempo passou e nunca mais vi nada do conjunto. Agora li que eles estão gravando novo cd. Graças à mediocridade da música pop de uns vinte anos para cá, a velha guarda reaparece. Baixei este cd ontem, e mato saudades dos vozeirões da faixa Big Man Restless







New and notable (V)


Not Music
(Stereolab, 2010)




O Stereolab não é uma banda que me faça vibrar de verdade, mas apresenta constância na qualidade do que faz. Mantém a mesma sonoridade desde uns bons doze anos. Sons de sintetizadores dos sessenta ou setenta (ou sua simulação) e a bela voz de Laetitia Sadier. Ao que parece Not Music é menos brasilianista e mais próximo da música eletrônica alemã. Destaque para Pop Molecules, Neon Beanbag e a introdutória Everybody's weird except me. É verdade, rs...




sábado, 23 de outubro de 2010

New and notable (IV)

Small Craft on a Milk Sea
(Brian Eno, 2010)



O compositor britânico Brian Eno, além de fundador do Roxy Music e produtor do U2, tem um longo currículo como músico de vanguarda, e obteve reconhecimento da crítica com a série Ambients, no início dos oitenta. Small Craft on a Milk Sea é o seu vigésimo quinto álbum de estúdio, e foi composto com outros dois músicos: o guitarrista Leo Abrahams e o tecladista John Hopkins. Uma primeira audição me faz lembrar de Music for Films (1978).


New and notable (3)

Metallic Spheres
(The Orb & David Gilmour, 2010)


O duo britânico de ambient house The Orb (Alex Paterson e Thomas Fehlmann) alcançou uma certa repercussão com a música e o videoclip de Blue Room (1991) e com o cd U.F.Orb (1992), mas o seu som, até onde ouvi, é um tanto monótono, e promete mais do que cumpre. David Gilmour foi o principal guitarrista do Pink Floyd, após a saída de Syd Barrett, história bastante conhecida dos roqueiros, e dispensa maiores informações. Metallic Spheres foi por ele composto, e recebeu um tratamento eletrônico. São dois cds com duas longas faixas (Metallic Side e Sphere Side). Não vai agradar para quem não é fã de ambient music ou do Floyd mais viajandão. O cd original traz a possibilidade de ouvir música em 360° sem equipamento especial. Mais informações no sítio oficial:  http://www.metallicspheres.com/


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Discoteca Básica (61)

Nursery Crime
(Genesis, 1971)



Nursery Crime é o primeiro álbum com a formação clássica do Genesis: Peter Gabriel (voz e flauta), Steve Hackett (guitarras), Mike Rutherford (baixos), Tony Banks (teclados), e Phil Collins (percussão). É o terceiro lançamento da banda, mas o primeiro que abriu um espaço certo para o grupo no rock progressivo britânico (entrou para os UK Top 40 charts). The Musical Box trata de um infanticídio de um garoto de oito anos por uma menina de nove, com um martelo de cricket, mas não se limita a isto. É de longe a faixa mais conhecida e tocada na íntegra ou parcialmente em todas as turnês da banda por mais de três décadas. The return of the giant Hogweed é a que tem uma sonoridade mais roqueira, mas indubitavelmente é uma típica composição do progressivo. Eu gosto muito de Seven Stones, com uma característica romântica que tem mais a ver com épocas e lugares, mas a mais bonita, a meu ver, é a última The fountain of Salmacis, a lenda grega de Hermaphroditos, o filho dos deuses Hermes e Afrodite, e o seu amor pela ninfa Salmacis. As letras de Gabriel e companhia não são assimiláveis de imediato, fora a barreira da língua no seu devido tempo. Mas isto não intimida. A guitarra de Hackett e as linhas melódicas de Banks falam melhor e mais intenso.





Lyrics | Genesis lyrics - The Musical Box lyrics


Lyrics | Genesis lyrics - The Return Of The Giant Hogweed lyrics

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Videoclips (LV)

Lazy Days
(Robbie Williams, 1998)

Este é um videoclip que eu gostei de cara, e fiquei pensando que Robbie Williams iria fazer um som do meu interesse no fim de uma década que já ia embora tarde. Mas não rolou, nem mesmo um cedezinho.



Já o era assim, desde então (22)


Dê a um homem tudo o que ele deseja, e ele, apesar disto, naquele mesmo momento, sentirá que este tudo não é tudo

(Kant, 1789)


O Panótico vê aqui e agora (28)

Life on Mars
(2.ª temporada, 2007)




O inspetor de polícia Sam Tyler (John Simm) continua a sua saga em busca de uma explicação e também de uma solução que lhe permita retornar de 1973 para o mundo atual. Paralelamente continua contribuindo para solucionar os crimes de Manchester, tendo como chefe Gene Hunt (Phillip Glenister), grosseirão, violento, sexista, racista e alcoólatra, mas, que por uma razão que será esclarecida, é destemido no combate à criminalidade. Com oito episódios de cinquenta minutos, a série da BBC nos deixa com a sensação de que valeria mais algumas temporadas. E a continuação, parcial, veio com Ashes to Ashes (2008-10), novamente um título que é canção de David Bowie.




In vodka veritas

Perto de onde moro há uma loja de bebidas que coloca na sua vitrine umas garrafas bonitas de dar gosto. Pensei em adquirir uma de vodka, toda retorcida como uma construção moderna. Mas como raramente bebo ficaria difícil justificar - para mim mesmo - dar quase duzentos reais no vasilhame. Ou não? Mais vale um gosto do que seis vinténs? Fica aí minha homenagem às garrafas obras de arte. Aprecie sem moderação.