Juiz de Fora

terça-feira, 21 de abril de 2015

O espião (408)


O espião
(2008)


Belfast, 1988. Martin McGartland é um irlandês católico que não encontra emprego e pratica pequenos furtos e falcatruas. Arisco, um amigo o quer recrutar para o IRA. Preso, um agente secreto inglês, "Fergus" (Ben Kingsley) o copta como informante. Martin inicialmente é mais um pilantra do que um militante, e gradativamente vai se horrorizando com a violência extrema do IRA.


Este filme foi levemente baseado na autobiografia do protagonista, e foi criticado por se distanciar demais dos fatos reais. Independentemente disto, é um filme muito bom, uma produção anglo-canadense que é bem crítica ao IRA e não é dócil aos ingleses. Eu apenas acreditei no IRA, um pouco, na adolescência, porque eu pensava que os católicos eram unanimidade ou maioria amplamente absoluta na Irlanda do Norte, é impressionante que a imprensa na época não esclarecesse o público sobre a maioria protestante e unionista naquela região.

Nunca tinha ouvido falar neste filme. No Netflix brasileiro.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Grandes Olhos (407)


Grandes Olhos
(2014)



Califórnia, 1958. Margaret (Amy Adams) é uma dona-de-casa e mãe de uma menina que decide fugir de casa na Carolina do Norte e vai para a costa oeste. Lá começa a pintar meninas com grandes olhos (imaginárias e pessoas reais). Walter Keane - o sempre excelente Christoph Waltz - é um pintor de cenas urbanas parisienses medianas (semelhantemente aos pintores de cidades barrocas mineiras) e bajulador. Os dois vendem os seus trabalhos em um parque. Walter dá de cima de Amy que, mesmo alertada por uma amiga de que o pintor seria um paquerador, decide, por insegurança, se casar com ex-morador da capital francesa. Keane tenta emplacar os quadros do casal, mas apenas os "olhos grandes" de Margaret encontram boa aceitação. É demais para o sonhador.

Este filme destoa um pouco do padrão de Tim Burton mas é tão bom quanto os demais. Baseados em uma história real, creio que o tem central é o auto-engano. Walter Keane assumiu a autoria dos quadros da esposa por muitos anos e meio que se realizou financeira e egoisticamente. Também nos perguntamos sobre a submissão e cumplicidade da esposa em participar de uma farsa.

Não é um filmaço, mas é o tipo do filme que poderia muito bem passar no circuito comercial de minha cidade, não se exige que seja um cinéfilo ou nerd para gostar de uma boa comédia sobre trapaça e vaidade.

domingo, 5 de abril de 2015

Histórias mínimas (406)


Histórias Mínimas
(2002)



Fitz Roy, Santa Cruz, Argentina. Três pessoas de um vilarejo à beira de uma estrada na desértica Patagônia querem viajar até a pequena San Julián, 300 km mais ao sul. Um senhor quase senil que é avisado por um conterrâneo que o seu cachorro foragido foi visto nesta cidade, uma simplória e tímida dona-de-casa jovem que foi selecionada para disputar um prêmio em um programa de tv e um representante comercial que está interessado em uma viúva.


Cada uma destas pessoas simples têm um sonho pequeno, mas que se revela muito importante. Este filme de Carlos Sorin (El Perro) é uma atraente comédia, nada de mais, mas as pessoas caricatas e seu mundinho nos tocam. Mais uma vez assisto um filme argentino que vale a pena.