Juiz de Fora

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Panótico vê aqui e agora (108)


O segundo rosto
(Seconds/1966)



Após assistir aquela nulidade de A rede social, filme que me deu nos nervos, eu precisava mesmo assistir uma obra de cineasta, algo de alguém que está irritado - ou empolgado - a ponto de aproveitar a grana e oportunidade para produzir cinema de qualidade. Os filmes distribuídos no Brasil pela Lume tem esta característica.



A pancada já começa com imagens distorcidas, um breve sinal de que vem algo forte pelo caminho. Filmado em preto e branco, - mas que preto e branco! -, um senhor digno de um Ulysses leva uma vida pachorrenta de gerente ou diretor de banco, até que recebe um telefonema de um amigão da juventude, dado como morto. O renascido lhe esclarece que contratou uma empresa para lhe dar uma nova vida: nova identidade, novo nome e nova fisionomia. O protagonista embarca nesta e renasce como um pintor.




Estrelado por Rock Hudson, que inteligentemente não queria ser apenas um galã, - não é Brad Pitt, Tom Cruise, Mel Gibson, Jude Law e tantos outros? - este Segundo Rosto, dirigido por John Frankenheimer, foi mal recebido na época e chegou a ser vaiado em Cannes. Bom, eu não acho mesmo que Cannes seja um festival "alternativo" mas isto é outro papo.






Quem já teve contato com o cinema alemão dos anos vinte pode não encontrar quaisquer aspectos de vanguarda neste filme, mas há de convir que para o cinema estadunidense em plena guerra fria é uma cutucada bem dada em certas convicções da "normal life" da terra do Tio Sam.



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