Juiz de Fora

domingo, 1 de maio de 2011

O Panótico vê aqui e agora (101)


Daratt
(2006)

Eu acho muito legal saber que a quase totalidade dos países produzem filmes, e assim poder vê-los por aqui. Qualquer pessoa que tem uma vaga ideia de que país é o Chade pode imaginar o que lá se passa: incrustrado no norte da África, em pleno Saara, sem saída para o mar, colonizado pelos franceses, dividido em etnias rivais, pobre à exaustão, quente e seco, muçulmano e com duas possibilidades econômicas: ou é uma nação com algum recurso mineral que atrairá a atenção das grandes corporações que financiarão guerras civis pela sua exploração, ou não tem nada a "oferecer" aos países ricos e ficará abandonado pelo interesse transnacional.



O protagonista Atim perdeu o pai assassinado por um inimigo de outra etnia. Com o fim da guerra civil o novo governo concede anistia geral, e ele, com o respaldo do avô paterno, se imbue de vingar a morte do genitor. Migra para a capital, passa a trabalhar como empregado de um padeiro, Nassara, justamente o objeto de sua vingança. Impressionante que, em residências onde só se come pão e não há sequer móveis, não falta armas e o bendito do celular. Uma boa reflexão interessante sobre quem deve por um fim na espiral de violência. Apesar de esteticamente bonito e bem dirigido, o filme levou-me ao sono. Não o vi até o final, fica para depois. Os dilemas africanos se assemelham aos latinoamericanos (menos graves porque aqui não há mais guerra civil declarada, salvo a Colômbia) e a repetição do beco sem saída me leva a querer ver filmes mais fantasiosos.


2 comentários:

  1. Fiquei muito curioso em ver isto. Vou arranjar para ver.

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  2. Boa tarde, Álvaro, obrigado por comentar aqui.

    Penso que tu gostarás muito desta obra.

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