Juiz de Fora

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Aos meus leitores

Meus amigos(as) leitores(as).

Desde domingo à noite venho pensando em escrever sobre este ato de barbárie praticado pelos EUA, não apenas contra um indivíduo, ainda que abominável, mas contra os seus familiares, contra a religião, contra um Estado soberano, mas principalmente contra os direitos humanos.

Quem me lê e me conhece sabe o quanto eu sou crítico, mas não comungo opiniões políticas radicais, e abomino tanto a extrema esquerda como a extrema direita. No entanto, por razões pessoais, tenho andado meio cansado de polêmicas infantis na net, particularmente com quem tem dificuldades com a língua portuguesa. Dado isto, peço ajuda à pessoas mais sábias do que eu e reproduzo este artigo como fiel expressão do que penso sobre os eventos de domingo à noite. Peço que leiam o que vem a seguir, por vocês. Muito obrigado e um grande abraço.



Enquanto muitos líderes mundiais aplaudiam a operação norte-americana que resultou na morte de Osama bin Laden, alguns europeus questionaram os Estados Unidos por assumir o papel de polícia, juiz e executor.
"Foi claramente uma violação do direito internacional", disse o ex-chanceler (primeiro-ministro) alemão-ocidental Helmut Schmidt a uma TV alemã. "A operação poderia também ter consequências incalculáveis no mundo árabe à luz de todas as turbulências."
Ehrhart Koerting, ministro do Interior da cidade-Estado de Berlim, disse: "Como advogado, eu preferia ver (Bin Laden) sendo levado a julgamento no Tribunal Penal Internacional."
O jurista holandês Gert-Jan Knoops, especializado em direito internacional, declarou que o líder da Al Qaeda deveria ter sido preso e extraditado para os Estados Unidos. Ele traçou um paralelo com a situação do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, que foi levado a julgamento no tribunal de crimes de guerra de Haia após ser preso em 2001.
"Os norte-americanos se dizem em guerra contra o terrorismo, e que podem eliminar seus adversários no campo de batalha", disse Knoops. "Mas, em um sentido estritamente formal, este argumento não se sustenta."
Reed Brody, consultor da entidade Human Rights Watch, de Nova York, disse que é cedo para dizer se a operação dos EUA foi legal, porque poucos detalhes foram divulgados.
"Gostaríamos de saber quais foram as ordens, quais foram as regras de abordagem. Queremos saber exatamente o que aconteceu (...) e em que os EUA alegam que Bin Laden estava realmente envolvido", afirmou.
"Será que o mundo é um lugar melhor por Bin Laden não estar aí? Pode-se obviamente responder a essa pergunta. Mas será que isso significa que você tem o direito de violar os protocolos de direitos humanos ou o direito internacional para fazer isso? Aí, não."
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, pediu aos EUA que forneçam à ONU detalhes completos sobre a morte de Bin Laden. "As Nações Unidas têm consistentemente enfatizado que todos os atos de contraterrorismo precisam respeitar o direito internacional", afirmou ela.

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