Juiz de Fora

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O Panótico vê aqui e agora (138)




Meia-noite em Paris/2011




Eu estou meio sensível para falar deste filme com alguma objetividade, mas vamos lá. Já opinei aqui sobre o que penso de Woody Allen e de seus filmes de modo geral, e me enquadro naqueles que os veem com bons olhos, mas um degrau abaixo de dezenas de outros cineastas de primeira linha. Também encaro com seriedade, mas com alguma reserva, as temáticas psicanalíticas de Woody Allen, acho que ele sofre menos do que aparenta.




Independentemente disto, tenho gostado bem da fase europeia dele: Londres e romances russos renderam-nos bons filmes.




Dito isto: a sequência apaixonante de imagens de Paris, locações a que visitei em sua quase totalidade, mas que, por óbvio, não tenho como reproduzir em meu blog com o charme do cinema, esta sequência inicial é uma declaração explícita de amor pela cidade. Não sei se o deslumbre de Woody Allen por Paris foi menor do que por Nova York, acho que se iguala a Manhattan.




Woody Allen é interpretado por Owen Wilson (um ator bem ruinzinho, a meu ver) que imita a atuação tradicional do cineasta, sempre inseguro e na defensiva, mas acho que em matéria de verossimilhança Kenneth Branagh em Celebridades e Jason Biggs em Igual a tudo na vida foram bem superiores. Gil Pender é um roteirista de Hollywood noivo de uma patricinha - que está mais interessada em se casar do que em Gil Pender propriamente dito, - filha de um empresário da ala direita do Partido Republicano e de uma madame típica. Todos vão à Paris em função de negócios e de compras para o casório. A noiva começa a ter uma quedinha por um inglês pedante, ex-namorado, e Gil deixa claro que preferiria ser um escritor sério do que roteirista de Hollywood.






Então Woody Allen trabalha com esta ideia: ter vivido na Paris da década de vinte. Para quem não leva a ideia a sério o cineasta faz desfilar diante de Gil uma plêiade de artistas e escritores de diversas nacionalidades que realmente conviveram uns com os outros na capital francesa: F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Cole Porter, Modigliani, Gertrude Stein, Matisse, Luis Buñuel e Salvador Dali (pelo ótimo Adrien Brody, quando lhe dão chance!) e a trama volta até os anos 1890 (início da Belle Époque) e lá topamos com: Toulouse Lautrec, Degas, e Gauguin.

Mas há uma outra plêiade de coadjuvantes que fazem valer o filme:

Os museus do Louvre, Monet e Rodin, o rio Sena, a Notre Dame, Trocadéro e Torre Eiffel à noite, Montmartre, Champs Elisées, Ópera Garnier, o Mercado das Pulgas, os Jardins de Luxemburgo, Pigalle, o Arco do Triunfo, e as ruas e cafés parisienses.




Woody Allen podia ter "descoberto" Paris há uns trinta anos atrás. Eu também.

2 comentários:

  1. as cenas iniciais são lindíssimas mesmo. eu amo woody allen, ainda mais os seus filmes mais recentes. e tb adoro o adrien brody. eu gostei muito desse filme.

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