Juiz de Fora

domingo, 2 de janeiro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (45)

Anticristo
(2009)


Há uns cinco anos atrás diversas pessoas indicaram-me Dogville, do diretor dinamarquês Lars von Trier. Achei interessante a ausência de cenários, como um teatro filmado. Mas uma cidadezinha organizando-se para proteger a frágil personagem de Nicole Kidmann foi me aborrecendo, e o seu final...., bem não vou contá-lo aqui. Para quem gosta de cultura "alternativa" não é novidade o fato de que obras interessantes, mas nem tanto, recebam o aplauso generalizado daqueles que aparentemente não compreenderam de pleno aquilo que estão vendo ou ouvindo, algo que alguém poderia batizar de "Síndrome um copo de cólera". Mas é importante dar crédito ao que os outros dizem, e já me arrependi, por diversas ocasiões, de não dar a devida atenção ao trabalho alheio e também por fazer juízos apressados.



Um título nietzscheniano como Anticristo nos faz pensar em uma séria abordagem sobre temas como religião, opressão, culpa, alienação, medos, etc. (está na cara que não é um filme picareta de terror). Mas também pode ser pouco mais que um titulo caça-níquel. Um casal faz amor distraidamente enquanto o seu filho de um ano e pouco caminha até a janela escancarada e tem um acidente fatal. O pai (Willem Dafoe) luta nos anos seguintes, por meio de terapia inoficiosa, para tirar a esposa (Charlotte Gainsbourg, dublê de ótima cantora e idem atriz) de profunda depressão. Paro por aqui. A reação a este filme foi exagerada (veja post abaixo) e inevitavelmente polarizada. Uma visão de conjunto da obra de Lars von Trier, e uma certa formação em Psicologia pode enriquecer a compreensão de Anticristo. Não possuo nem uma e nem outra. A polêmica cena de mutilação só me faz sentir mal-estar e a perda de interesse na sua conclusão.


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