Juiz de Fora

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O Panótico ouve aqui e agora (80)




Saint Etienne

Saint Etienne é uma das bandas inglesas que eu não ouvi nos anos noventa devido ao alto custo dos cds importados, e porque não conheci ninguém que a tenha escutado e endossado o seu trabalho. Não sei por que o trio britânico resolveu adotar este nome mais em função do time de futebol francês (e não o da cidade-sede, como é compreensível supor).


(Foxbase alpha /1991)


Formado por Sarah Cracknell, Bob Stanley e Peter Wiggs, o Saint Etienne começou bem com este Foxbase alpha, um cd marcante, fazendo uma combinação de technopop com um dance mais estiloso, lembrando bandas como Pet Shop Boys, Everything but the Girl, Swing Out Sister e muito próximo do som de bandas à la Massive Attack ou Morcheeba que ganhou amplo espaço em meados da década de noventa. Gostei de todas as faixas e este é o tipo de lançamento que cai no gosto da crítica, por combinar sons, imagens, pessoas e climas bem distintivos. Há notória influência da swinging London ao longo do álbum (se não sabe o que é swinging London uma boa dica - mas não a melhor -  é assistir Blow Up, de Antonioni).







(So tough /1993)

O segundo cd So tough foi o de maior sucesso junto ao público. A linha é a mesma do anterior, mas vai contribuindo mais para o som de meados dos noventa. A faixa Calico tem a mesma base de uma faixa do clássico  Leftism, do Leftfield. O disco é mais soft  do que o anterior e em uma primeira audição me agradou menos. Aqui há mais um som de cantora acompanhada por banda do que de banda propriamente dito.







(Tiger bay /1994)


Tiger bay traz influência do folk em Western Wind e de Kraftwerk em Like a Motorway. A famosa prova do terceiro álbum foi realizada com sucesso e dá para ver que a banda ainda teria mais o que fazer.










(Good humor /1998)

Este parece ser o melhor álbum da banda. O vocal está em sintonia com a qualidade instrumental, não é a simples prevalência da cantora a que estão subordinados os músicos coadjuvantes. É um som maduro, de quem encontrou o seu estilo, as influências estão menos gritantes.









(Sound of water /2000)


Com Sound of Water Saint Etienne afastou-se um pouco do som mais convencional e caminhou para algo mais consistente, uma opção inteligente para quem vê que o grande público não é fiel, e o melhor é buscar a sua turma.









(Finisterre /2002)


A faixa de abertura Action já nos avisa que a banda voltou para as pistas, as mais comuns do mundo. Mas este som bate-estaca padrão sempre terá público. Não digo que é ruim, não mesmo, dá para ouvir este cd à qualquer hora, mas eu prefiro o que fizeram no álbum anterior.







(Tales from turnpike house /2005)


Novamente o trio se afasta de algo mais convencional e lança este álbum conceitual por meio de um selo de jazz. Mas não é jazz.

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