Desde que Otar partiu...
(2003)
Eka é uma octogenária georgiana, bilíngue (fala francês quotidianamente) e moradora de Tbilisi, ao que parece, cuja arquitetura revelada no filme mais se assemelha a uma decadente cidade caucasiana do século XIX do que a uma decadente cidade do império soviético. Eka sonha diariamente com o retorno do filho Otar, médico que migrou clandestinamente para Paris. Fala do pimpolho cinquentão como se fosse o filho mais grato do mundo, mas espezinha constantemente a filha que está sempre ali ao seu lado, e ainda por cima é ardorosa defensora do ditador georgiano você-sabe-quem. Se você é leitora provavelmente vai admirar a tenacidade da pobre senhora, se é leitor vai querer dar um coque na véia.
A neta Ada (Dinara Drukarova) e a filha Marina (Nino Khomassouridze) são informadas do falecimento de Otar (não tenho como não revelar isto) e as duas não pretendem noticiar este fato à matriarca, com medo de que ela não possa suportar. A atriz que desempenha o papel principal (Esther Gorintin) dá um show, nem parece interpretação, é como se ela realmente assim o fosse, não é uma senhora idosa fazendo um estereótipo, como a personagem de Dúplex, com Ben Stiller.
Meninas e meninos, é bom assisti-lo com um lencinho por perto, derruba qualquer mastodonte e qualquer ninotchka.
eu adorei esse filme. me surpreendeu a precariedade como as pessoas vivem na geórgia. a luz falha sempre, quase todos vão vender seus próprios bens pra conseguir algum dinheiro, mas parece q ningúem passa pra comprar. é realmente um país sem sonhos e perspectivas. eu falei desse filme aqui http://mataharie007.blogspot.com/2008/05/desde-que-otar-partiu.html
ResponderExcluirVou dar uma checada. É interessante que a abordagem inicial de Paris é idêntica à de Tbilisi, quando as três protagonistas lá chegam. Mas após Eka afirmar: "quero ver Paris" o brilho da cidade se abre. É um belo filme, sem dúvida.
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