Juiz de Fora

segunda-feira, 5 de março de 2012

My best loved 1982 rock albums (3)



Beat
(King Crimson)


Ouvi Beat alguns meses após Indiscipline, os dois discos foram lançados no Brasil praticamente em seguida, fruto das suas boas acolhida nos mercados fonográficos britânico e estadunidense. O King Crimson foi o único grupo peso pesado de rock progressivo a se retirar de cena antes do furação punk de 1976/77. Agora, com a explosão de tendências de '81/'82 o grupo tinha espaço novamente. Mantendo-se fiel às carcterísticas do progresivo: belas melodias, harmonias e arranjos trabalhados, competência técnica, temática adulta, postura profissional, etc. Beat é um disco com canções de poucos minutos mas muito conteúdo. Utilizando diversas referências da literatura beat de Jack Kerouac e Allen Ginsberg, o que ouvimos são dois magistrais guitarristas: o dono do grupo, Robert Fripp, meu guitarrista predileto de todos os tempos, o cantor estadunidense Adrian Belew, que pouco compreendia da filosofia do grupo, mas era um elemento mais comunicativo da banda, o baixista Tony Levin, que já havia trabalhado com Peter Gabriel, e Bill Bruford, ex-Yes e Crimson da primeira fase, terceira formação.


Robert Fripp, Tony Levin, Bill Bruford e Adrian Belew.


Neal and Jack and me já inicia o disco com uma melodia envolvente, e tensa. Heatbeat foi a faixa de trabalho e chegou a tocar nas rádios nos programas alternativos. A minha preferida é a toda instrumental Sartori in Tangier, equivalente à ótima The sheltering sky, do disco anterior. Só não gostei de Requiem, achei-a um experimentalismo primário para um grupo tão disciplinado.



Robert Fripp e Adrian Belew

Já sabendo à época que havia um terceiro disco para completar a trilogia com capas nas cores primárias, fiquei com a sensação de que o rock progressivo poderia voltar à tona, não mais com uma tendência vitoriosa, óbvio, mas como um segmento relevante da música pop. Nos anos seguintes dezenas de bons discos foram lançados pela geração dos setenta. Hoje há centenas de bandas cover dos grandes grupos levadas a sério por jovens universitários.



Competência musical não se perde, aqui não se trata de roupas, juventude e escândalos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário