The rise and fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars
(David Bowie)
Independentemente do que se possa pensar sobre as camaleonices de David Bowie, ame-o ou ignore-o, há uma duzia de discos muito bons do cantor inglês. Ziggy Stardust é o seu primeiro álbum de peso, embore eu goste também dos anteriores The man who sold the world (1970) e Hunky Dory (1971).
Seja coincidência, ou uma influência direta do rock progressivo, este é um disco temático. O tema em si não me impressionou, nem na adolescência, um ser extraterrestre que vem para a Terra querendo se tornar famoso por cinco anos (mais tarde Bowie interpretaria um marciano que veio para roubar a água da Terra, em O homem que caiu na Terra).
Five Years introduz lentamente a sina do (da?) hedonista Ziggy. Soul Love começa com uma canção black mas já tem um pique roqueiro de guitarra (Mick Ronson, figura importante neste álbum). Moonage Daydream é um dos marcos do disco, minha segunda favorita, e eu gosto bem do clima atmosférico e dos vocais de Bowie. Starman é uma faixa de trabalho, bem para rádio, e ganhou um cover de um grupo brasileiro no final dos anos oitenta, Nenhum de Nós (quando eu exibia a original tinha sempre alguém que perguntava: ué, Bowie copiou a Astronauta de Mármore?!). Hang on to yourself era utilizada como introdução na turnê de Bowie (que ele afirmou que seria a última de sua vida). Ziggy Stardust é uma das melhores canções de Bowie, pode tocar qualquer hora que ouço com grande prazer, e ganhou uma versão histórica dos fantásticos Bauhaus. Rock and roll suicide é a conclusão da decadência de Ziggy, morto(a) por excesso de prazeres. Estrelismo, escapismo, androginia, marcas registradas de Bowie.
Bowie deu ao mundo os new romantics dos anos oitenta.
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