Juiz de Fora

domingo, 25 de dezembro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (188)


Jornada da Alma
(2002)



Sabina Spielrein (1885-1942) foi uma judia natural de Rostov cuja família muda para a Suíça no início do século XX. Jovem, sua irmã morre e ela enlouquece. Internada em um hospital psiquiátrico de Zurique, torna-se paciente - entre 1904-1911 - de ninguém menos do que Carl Gustav Jung (1875-1961), discípulo de Freud e um dos principais nomes da psicanálise. Ao invés do tratamento tradicional (choques e outras torturas), o jovem Jung aposta na terapia e obtém ao longo dos anos um resultado substancial com Sabina.



Mas o respeitado e recém-casado médico acaba se apaixonando pela paciente, colocando em risco a carreira e a família na conservadora Suíça. O filme deixa claro que Sabina Spielrein, se não era propriamente uma pessoa louca, também não era uma pessoa muito estável. A versão oficial dava razão ao psiquiatra, tratando-o como alguém mais sensato, e que tomou a decisão correta ao abandonar a amante.




Paralelamente, uma jovem contemporânea e um historiador de Glasgow estão em Moscou em busca de informações sobre Sabina Spielrein, que retornou à Rússia revolucionária como médica e passou a dirigir, como filiada ao Partido Comunista, o Asilo Branco. Esta jovem pesquisadora se defronta com a mácula sexista imposta à Spielrein sob duas óticas: a visão conservadora de que a heroína quase destruiu o casamento e a reputação de Jung, e o estigma stalinista contra a Psicologia como prática científica. Gostei muito do filme, ele é fluido e envolvente, e há muitas locações em Moscou. Só não gostei de ver a versão dublada em italiano, dubladores não são artistas, mas a gente aproveita o que vem às mãos, rs...



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