Juiz de Fora

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (182)



The Debussy Film
(1965)



Há uns trinta anos atrás ouvi falar em Claude Debussy pela primeira vez. Alguns poucos amigos pareciam gostar bastante do compositor e pianista francês (1862-1918) e ouviam com alguma frequência as gravações em vinil da Deutsche Grammophon. Não adquiri nenhum, mas tomei contato com Prélude à la après-midi d'un faune, Pélleas et MélisandeLa Mer, Nocturnes e outros. Pareceu-me levemente bonito, mas não consegui distinguir a assinatura do compositor, ou seja, não o assimilei, deixei para mais tarde.




O diretor Ken Russell recém-falecido é o diretor de Tommy, Lisztomania e Mahler, filmes de que gosto, mesmo sabendo que não dá para levar a sério.




Este The Debussy Film é anterior à fase Tommy de Ken Russell, é uma produção para a BBC, em preto-e-branco, tem por tema a filmagem de uma película sobre Debussy. O diretor é também personagem de sua produção, e a obra se inicia com a seguinte pergunta: por que tão poucas pessoas compareceram ao enterro de um dos maiores compositores da História? Não dá para falar aqui sobre a enorme importância de Debussy para a música, sua influência chega ao jazz e à bossa nova, e o homem é para a modernidade o mesmo que Beaudelaire para a poesia e Monet para a pintura: uma ponte de transição bem fundamentada entre o classicismo e as vanguardas.




Mas Russell estava mais interessado nos amores de Debussy e na sua permanente indisposição para sustentar a própria vida. O tom irônico permeia todo o filme, e assisti todo o tempo me perguntando: por que tão poucas pessoas no enterro de um pop star?


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