Juiz de Fora

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Panótico vê aqui e agora (275)

 
Troque a faca pelo garfo
(2011)
 
 
 
Um jornalista e narrador deste filme vai a um médico pela manhã. Ele já tomou energéticos e refrigerantes logo após o amanhecer. Meia-idade e se considerando um cara saudável ele se submete a uma bateria de exames na residência do doutor e fica sabendo que está à beira de um enfarte ou avc. A partir daí, o narrador aceita se submeter a uma dieta vegetariana integral, sem medicações suplementares.
 
 
Baseado em décadas de pesquisas de dois médicos estadunidenses, Caldwell Esselstyn e Colin Campbell, esta é a mais séria, científica, fundamentada e bem explicada defesa do vegetarianismo que eu tenha visto ou lido em mais de quarenta anos sem comer bichos.
 
O meu vegetarianismo tem origens no paladar (nunca gostei do sabor ou do cheiro de carne), em razões éticas fundamentais (não acho correto tirar a vida de milhares de animais para satisfazer o prazer gastronômico) que com o passar dos anos acrescentei outras ecológicas (a pecuária consome de oito a dez vezes mais água e grãos do que a lavoura, fora efeito estufa), previdenciárias (gastos exorbitantes com doenças coronarianas) e de saúde pessoal. Mas por não acreditar na mais remota possibilidade de uma humanidade vegetariana nunca me preocupei em aprofundar os meus argumentos pois não gosto de pregar apenas no deserto.
 
Mas eu não tinha uma ideia tão precisa de como a elevação dos níveis cancerígenos mundiais nas últimas décadas tivesse relação com alimentação. E eu não sabia que a minha pressão alta poderia ter relação com o meu largo consumo de laticínios, muito em função de pressões familiares, inclusive de parentes da área de saúde, preocupados com o fato de que recuso todo e qualquer tipo de carne, inclusive frango e peixes. Para quem está acostumado a pensar que vegetariano come estes últimos, já viu atum dar em árvores? ou plantação de galinhas?
 
 
 
Por não comer carne desde criança, médicos e pessoas sérias me perguntavam: mas como você faz para viver sem proteína? Nunca soube responder, mas segundo os médicos protagonistas do filme, os vegetais possuem pelo menos oito ou nove por cento de proteínas, o que já seriam suficientes para todos nós. De qualquer modo, nunca fiquei doente por falta delas.
 
É impossível assistir este documentário e sair ileso. Quem não se recorda de dietas recomendadas à base de proteína animal? E você ficar sabendo que os povos que ingerem mais leite têm maior incidência de osteoporose, devido ao excesso de cálcio, exatamente o oposto do que se acredita de forma quase unânime?
 
 
 
 
 
É mole ou quer mais? Você quer mais, e aí eu deixo algumas perguntinhas:
 
1) Por que os pobres são mais obesos do que os ricos?
2) Por que as crianças ricas das Filipinas tiveram mais câncer de fígado do que as miseráveis?
3) Esta é difícil: porque na Noruega, entre os anos de 1940-45, houve uma brutal redução de infartes, avc's e casos de câncer?
4) Esta é de graça: se laticínios são prejudiciais à saúde, assim como proteína animal, sal, açúcar refinado e gordura por que estes ingredientes fazem parte do cardápio das escolas públicas estadunidenses?
 
"Este filme pode salvar a sua vida". Assista-o e surpreenda-se ainda mais.
 
A partir de amanhã, eu começo a minha nova dieta vegetariana, versão 2.0, integral.
 
 

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