Introducing Slavoj Zizek, a graphic guide
(Chistopher Kul-Want & Piero/2011, £7)
A primeira vez que vi Slavoj Zizek foi em um documentário do grupo musical esloveno Laibach (A film from Slovenia/1993). Para mim parecia um sociólogo dono da verdade fazendo uma análise emocionada e afobada de como o grupo Laibach, cuja temática mor é o totalitarismo, conscientizava as pessoas sobre o capitalismo contemporâneo por meio de paródias. Eu já era fã da banda, já intuía esta relação, mas fiquei surpreso de um intelectual dar tanta importância assim ao evento. Ano passado, um professor do mestrado falou-me rapidamente de Zizek (acho que se pronuncia Gígek), fui pesquisá-lo e reconheci a figura quase caricata que havia visto quase vinte anos antes no vídeo do Laibach. Recentemente comentei aqui O guia pervertido do cinema, de que gostei bastante.
Zizek publica uma média de dois livros por ano, já tem umas sessenta obras, umas quinze publicadas no Brasil (não li nenhuma). Nascido em 1949, o esloveno enfrentou dificuldades com a burocracia iugoslava, mas não foi preso ou especialmente perseguido pelo regime de Tito. Fingiu ser comunista para ter acesso à vida boa dos intelectuais universitários (ah, não? O (a) leitor(a) acredita mesmo que professores universitários são explorados?), e pôs-se a estudar filosofia e psicanálise lacaniana.
O homem já foi candidato à presidência da Eslovênia, e eu não acredito em profetas que falam de tudo, tipo o brasileiro americanizado Roberto Mangabeira Unger, o falecido Robert Kurz, Perry Anderson, Jacques Derrida e uma pá de gente. Tenho grande respeito (mesmo) pelo fôlego intelectual deles, mas gosto mais de certas sacadas do que do conjunto da cosmovisão.
Este livro é muito agradável, não dá vontade de parar de lê-lo, e para alguém com raso conhecimento de psicologia como eu, foi muito bom ver como Zizek conecta a filosofia política globalizante com a ciência do indivíduo, particularmente as relações entre ideologia e rede simbólica. Não sei se esta obra já foi publicada no Brasil.
Eu queria mesmo ler uma síntese sobre Zizek, foi bom topar com esta publicação na Tate Modern, em Londres.
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