Juiz de Fora

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Panótico vê aqui e agora (271)



Tudo pode dar certo
(2009)

Boris Yelnikoff é um professor universitário de Mecânica Quântica judeu e novaiorquino. Foi casado com uma decoradora de interiores rica e profissionalmente bem-sucedida. Atormentado por questões existenciais, olhava tudo com extremo pessimismo e tentou suicídio. Perdeu parte dos movimentos e o casamento. Mudou-se para o centro de Manhatan e passou a dar aulas de xadrez para adolescentes, o que lhe aumenta ainda mais a infelicidade. Tem alguns amigos de meia-idade que acham um porre as suas sentenças filosóficas. Em uma noite qualquer uma mendiga lhe pede auxílio, uma jovem sulista sonhadora, Boris, muito a contragosto, aceita provisoriamente ajudá-la e a moça vai entrar em sua vida.



Com exceção do fato de que Boris se acha um gênio e não cansa de dizê-lo, o protagonista é puro Woody Allen. O suporte filosófico é o de sempre: socialistas e cristãos apostam falaciosamente na regeneração da humanidade, Deus não existe, foi uma extrema coincidência de milhões de fatores existir vida na Terra, ela não faz sentido, as pessoas são umas toupeiras, como elas conseguem ser tão obtusas, as paixões são reações químicas, mas, uau, esta loirinha (Melodie) até que dá um caldo, e não é que Freud teria razão?!

Segundo minha filha o ator principal (Larry David) é o roteirista de Seinfeld, série de tv que não vi porque... não vi, ué, a gente vê tudo que é importante?rs...

Ri muito com este filme, as asneiras de Melodie são realmente engraçadas, e enquanto Woody Allen costuma criticar e expor os seus pontos de vista com incredulidade e autopiedade, Boris é mais cáustico e ofensivo, ele solta um petardo sem dó e nem piedade nos cérebros alheios, ele meio que não se surpreende mais, particularmente com os pais fundamentalistas da garota que lhe dão nos nervos.

Claro que como na maioria (ou todos) os filmes de Woody Allen, as forças da desordem vão conspirar contra a felicidade do protagonista, meio que dizendo, e aí, agora que você deu uma chance para a felicidade, o acaso vai te demonstrar que anteriormente você tinha mais razão, ela não existe por muito tempo. Ou não?

Eu espero que Woody Allen viva mais umas boas décadas e faça mais uma dúzia de filmes como este.

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