Juiz de Fora

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

My best loved 1982 rock albums (8)



A broken frame
(Depeche Mode)


Ouvi este disco pela primeira vez em 1983, juntamente com outros lançamentos em vinil nacional: The Culture Club e Eurythmics. Dos três discos, A broken frame foi o que eu gostei mais. Simpatizei-me de cara com a capa, um tema de realismo socialista (o próximo lp, Construction time again, traria um operário com um martelo) mas com beleza. Nunca tinha ouvido falar de Depeche Mode e assim que ouvi a primeira faixa, Leave in silence, descobri se tratar de um grupo de technopop, mas mais interessante do que os demais. Com a ótima voz de Dave Gahan, e os sintetizadores do compositor de todas as faixas Martin Gore, mais Andrew Fletcher e o novato Alan Wilder (que substituiu o co-fundador Vince Clark, que foi criar o Erasure, outro grupo, não tão bom, de technopop) Leave in silence ainda hoje é uma de minhas preferidas do Depeche Mode. Também gosto bastante de My secret garden (veja a bela versão que abria os shows da banda em 1982). Só não tolero The meaning of love, típica faixa bobinha para chegar nas charts.

Não há muito o que falar mais sobre o Depeche Mode, banda que se tornaria mainstream no final dos anos oitenta, embora se ao grande público pareça mais uma dançante, não é assim que eu vejo o conjunto de sua obra. Este segundo disco do grupo me levou a acreditar que não se tratava de mais uma das muitas bandas de dois ou três discos típicas de qualquer época. Os lps seguintes mostrariam uma evolução no sentido de fazer um som consistente, com temática, melodia, apuro e, ao mesmo tempo, capaz de agradar as massas. Como todo fã de música, eu me frustro quando uma banda, objetivando maiores vendas, simplesmente abandona o que vinha fazendo de relevante e interessante e passa a compor previsíveis hits. O Depeche Mode é uma exceção, pois os seus discos posteriores, mesmo o mega-sucesso Music for the masses (1989), não trai a proposta original, fazer algo sensível, reflexivo, contemplativo, intimista, que faz pensar e é capaz de divertir.

Martin Gore, Dave Gahan, Andrew Fletcher e Alan Wilder.





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