Juiz de Fora

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

My best loved 1972 rock albums (8)



Zeit
(Tangerine Dream)



Zeit (tempo) é o terceiro álbum do grupo alemão de eletrônico progressivo Tangerine Dream. É o primeiro após a saída de Klaus Schulze, que faria em seguida uma muito produtiva carreira solo, e que, em seus melhores momentos, superou em qualidade a obra do grupo originário. Com o fundador Edgar Froese, Chris Franke e o recém chegado Peter Baumann, formação clássica dos anos setenta, este álbum duplo (em vinil) ainda pertence a primeira fase do grupo, a mais apreciada por aqueles que se identificam mais com os sons e propósitos da geração krautrock de fins dos anos sessenta. Eu não, eu prefiro o que foi composto a partir de Phaedra, até Logos, confrome já o disse aqui.

Zeit apresenta quatro faixas ocupando cada uma um lado dos vinis. Para aqueles criados ao som de música clássica e rock progressivo, longas suítes são uma bela promessa de um bom tempo assimilando e curtindo música, isto nunca foi um obstáculo para mim, pelo contrário, e lamento que a maioria da humanidade não suporte mais de quatro minutos por canção. Birth of liquid plejades inicia-se com uma muralha em construção, sons sintetizados de cordas, creio eu, e serve para afastar qualquer incauto. A primeira vez que ouvi, - com este cd importado da Inglaterra que comprei na feliz época da paridade do dólar com o real, nos idos de '95 - fiquei com a sensação de que ouviria uma obra conceitual, com embasamento estético, mas difícil de ser apreciada. No entanto, após o impacto inicial, o que temos é uma tranquila planície sonora, algo que remonta à imaginação espacial daquele período. Lembra-me muito certas cenas de um filme clássico de Andrei Tarkovski, Solaris. Há perceptível influência de Pink Floyd e do Popol Vuh, inclusive porque o seu líder, Florian Fricke, toca aqui.


Edgar Froese, Peter Baumann, e Chris Francke


Nebulous Dawn possui um tema básico que se mantém, mas paralelamente evolui com melodias e sons que lhe acrescem textualidade. Novamente, a imaginação remete à filmes de ficção científica. É a faixa que menos me atrai, aqui eu confesso que perco um pouco da concentração. Eu gostava de ouvir estes primeiros dicos do Tangerine Dream com headphone, para captar tudo o que se passa. Origin of supernatural probabilities já se aproxima mais do som que o Tangerine Dream faria a partir de Phaedra, o que seria uma ruptura com as propostas originais, mas eu penso que um trabalho mais melódico agrada e atinge uma faixa maior do público, embora para mim esta não é a questão, e sim o prazer que a música evoca. A faixa título encerra o álbum duplo na mesma linha das anteriores. É uma obra que requer você gostar do que se fazia na Alemanha entre 1968-74, depois esta sonoridade se tornou cada vez menos frequente.

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