Juiz de Fora

terça-feira, 1 de maio de 2012

O Panótico vê aqui e agora (240)


Um retrato de Woody Allen
(1997)



Woody Allen é clarinetista de longa data e fã do jazz de New Orleans, do início do século passado, fato conhecido de todos e pelas músicas que sempre abrem os seus filmes. Aqui ele faz uma turnê em algumas cidades europeias (Paris, Madri, Roma, Veneza, Bolonha, Milão, Turim, Genebra e Viena) com um septeto (clarineta, piston, saxofone, banjo, piano, contrabaixo e bateria) de um amigo e outros músicos contratados.



O documentário mais se parece com um filme, e apesar do estilo naturalista, a gente vê que Woody Allen está mais uma vez interpretando a si mesmo. É legal, no entanto, ver as locações nas belas cidades, o modo simpático com que ele lida com os seus fãs (inclusive aquelas donas tipo: eu gostei muito de tal filme!), a aversão a autoridades e figurões, e as comparações que faz entre Nova York e a Europa ("Paris não tem a emoção de Nova York, mas é mais bonita")

O som não é lá estas coisas, e Woody Allen não parece ser um grande performista, a plateia, no entanto, foi lá para vê-lo, claro.



A melhor cena é o de sua família, no retorno a Nova York: embora a sua mãe, mais uma vez, diga que o cineasta tenha inventado ou exagerado as histórias de seus filmes, os seus pais parecem se enquadrar bem em seus estereótipos freudianos, ao afirmarem coisas como: "Eu preferia que ele fosse farmacêutico", ou "Eu queria que você tivesse se casado com uma boa moça judia, e não com uma chinesa, como o seu irmão fez", isto na frente de Soon Yi Previn, que, por sinal, é coreana. Hilário, gostei bastante.

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