Juiz de Fora

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Panótico (finalmente) vê aqui e agora (248)



Psicose
(1960)



Lá nos idos de mil e novecentos  e setenta e seis eu assisti um Globo Repórter com Sérgio Chapelin, em uma sexta-feira, dedicado ao recém-falecido mestre britânico do cinema Alfred Hitchcock, e a imagem do mocinho morto pelo bandido do filme Psicose ficou na minha mente, a famosa cena da escada em que Norman Bates mata o detetive particular. Criança, pensei: que filme ruim, como pode o  mocinho morrer no final? Depois disto, claro, já vi a outra cena famosa, - a da mocinha morta no chuveiro - em muitas ocasiões, e pensei: não vou assistir este filme apenas para cumprir um dever de casa, como obrigação de cinéfilo que se preze.

Mas, após assistir O guia pervertido do cinema, a análise psicanalítica da obra por Slavoj Zizek me despertou a curiosidade por ver este clássico, já exibido na tv dezenas de vezes. Não vou ficar aqui comentando o filme como marco do cinema, todo mundo sabe disto, mas apenas algumas observações sobre o que me chamou a atenção:




a) gostei do tom realista das personagens e da maioria das falas, guarda algo do cinema noir.

b) Anthony Perkins não me pareceu um canastrão como normalmente se diz, mas um rosto versátil.

c) Acho um barato a mãe de Howard Holowitz (The big band theory) ser uma paródia da sra.Bates.

d) A captura de Bates poderia ser mais complexa, mais desenvolvida, mais espetacular, neste sentido os filmes de suspense posteriores me parecem mais impactantes.

e) a casa estilo família Adams é bem legal.

f) a fala do psiquiatra é cheia de poses e caras, como alguém que exerce uma profissão não muito levada a sério - pelo ser humano médio da época -, necessitando de dramatizar para adquirir autoridade.

g) Comparativamente, de Hitchcock, gostei mais de Janela Indiscreta, Vertigo, Festim Diabólico, Os Pássaros e Intriga Internacional.

h) Psicose 2?  Sem chance.


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