Juiz de Fora

domingo, 27 de maio de 2012

O Panótico vê aqui e agora (253)



Enquanto a cidade dorme
(1956)


Nova York, 1956. Um entregador (John Drew Barrymore) assassina uma bela jovem em sua residência, e deixa uma mensagem escrita na parede com o batom da vítima: Ask mother. Um idoso magnata das comunicações em estado terminal vê no homicídio a oportunidade para uma grande manchete e convoca o jornalista Ed Mobley (Dana Andrews) para tomar a frente da investigação jornalística e, simultaneamente, aproveita a ocasião para criticar o seu filho Walter Kine (Vincent Price) por ser mimado, preguiçoso, incompetente, etc. Enquanto acamado, discursa sobre a liberdade de imprensa como bastião da democracia, sofre um infarto e falece. O seu filho agora no poder quer provar a todos que é o maioral e põe os três assessores mais próximos do pai para solucionar o caso do batom e dar ao vencedor a vice-presidência do conglomerado.

 O jornalista, a mocinha, um dos espertalhões e a vamp.


A briga de cachorro grande é quase um vale-tudo pelo poder, e o protagonista Mobley vai tentar sobreviver com dignidade no meio das feras. Dirigido por Fritz Lang (Doutor Mabuse, Metropolis e M, o vampiro de Dusseldorf), este é um filme noir, embora a luta pelo poder aqui chegue a ser até previsível, perto do que eu vi em sindicatos e partidos políticos, mas sem dúvida nenhuma, expor a corrupção e os interesses no meio jornalístico estadunidense em plena Guerra Fria e Macartismo faz desta obra da fase hollywoodiana de Lang um marco. É uma pena, ou uma virtude, que os clássicos em preto e branco não têm o impacto estético e narrativo da posteridade. As reviravoltas do filme quase se aproximam de uma comédia. E é preciso não ser condescendente com o filme e imaginar que o final é feliz. Preste bem atenção e verá que a crítica é ostensiva para além das aparências.




2 comentários:

  1. esse acho q não vi. eu tenho uma dificuldade enorme de lembrar os filmes q vi. aí às vezes só vendo o começo. mas pela foto, eu acho q não vi mesmo. beijos, pedrita

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  2. Eu tenho uma memória elefantina para filmes, livros e discos, sorte a minha.

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