Juiz de Fora

terça-feira, 29 de maio de 2012

O Panótico vê aqui e agora (255)

 Skeeter, Minny e Aibleen


Histórias Cruzadas
(2011)




Jackson (Mississipi), 1963. Aibleen (Viola Davis) é uma afroamericana de meia idade que  tem sido empregada doméstica desde os quatorze anos. O filme não revela se ela é mãe solteira, viúva ou divorciada, mas sempre contempla o retrato do único filho tirado na escola de nível médio e que fica na parede de sua sala. Aibleen tem um carinho especial com a filha única de sua patroa, uma garotinha de uns três anos de idade, que aparentemente é rejeitada pela mãe por ser gordinha.

Minny (Octavia Spencer) é empregada como sua amiga Aibleen, possui cinco filhos adolescentes e crianças e apanha do marido alcoólatra. Minny trabalha para Hilly, uma dama caipira de sociedade, preconceituosa e racista, que defende as leis segregacionistas de seu estado. Em um dia de tempestade, Minny se recusa a utilizar o banheiro de empregada do lado externo da residência da patroa, utiliza as dependências internas, é humilhantemente demitida por Hilly, e leva uma surra do marido.

Eugenia Skeeter (Emma Stone) é uma jovem branca recém-formada na universidade, e tida como feia pela colegas e vizinhas, é constantemente pressionada pela mãe a se enquadrar no perfil casadoira.  Skeeter quer é trabalhar, arruma emprego como colunista de conselhos femininos em um jornal local, não entende nada de assuntos domésticos, pede ajuda à Aibleen, e, saudosa de sua antiga babá, Constantine, passa a se interessar pela vida das empregadas domésticas. Destes relatos surgirá um livro.

Skeeter e as bruacas

O filme começa mostrando as donas de casa brancas de classe média como apenas toupeiras fúteis, mas ingênuas na sua ignorância, e também o mundo doméstico como algo mais caricato do que qualquer outra coisa. Mas à medida que a narrativa evolui, a temática, por óbvio, é a do racismo, do preconceito, do apartheid social, da violência. A despeito de diversas situações engraçadas, por trás do belo cenário bucólico das pequenas cidades somos levados a experimentar muito medo.



Volta e meia Hollywood paga alguma espécie de pedágio à opressão racial e social, quero dizer que filmes como A cor púrpura, Mississipi em Chamas, etc., vem como um reconhecimento da elite de que os EUA não foram e não são uma nação igualitária. Menos mal. Independentemente disto, é mais fácil tratar da questão referente aos estados sulistas, anteriores a '64, do que tratar do assunto na contemporaneidade, onde as relações são mais complexas, mais mitigadas, do que o cenário extremista pré-direitos civis.



Quanto às atrizes, é a segunda vez que assisto um filme com Emma Stone, que me impressionou mais bela beleza específica do que pelo talento. Não há dúvida: aqui o maior mérito vai para Viola Davis.


4 comentários:

  1. eu nunca me animei de ver esse filme. beijos, pedrita

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  2. Gostei do filme e amei o livro. Li em inglês, me encantei com as personagens- são 3 narradoras. As empregadas negras "falam" o inglês típico dos "afro americans". Achei genial, comovente e divertido. Depois de ler o livro é sempre estranho ver o filme. Continuo com as imagens fortes do livro na mente, a ponto de nem lembrar direito do filme. Recomendo :)

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  3. Oi, Marcela, obrigado por comentar e seja bem-vinda.

    Como acontece muitas vezes o filme não tem como ser tão bom como o livro.

    Volte sempre.

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