Juiz de Fora

terça-feira, 8 de maio de 2012

O Panótico vê aqui e agora (245)



Sonata de Tóquio
(2008)


Sasaki é um administrador de empresas de meia-idade que perde o seu emprego em uma corporação japonesa que está substituindo mão-de-obra qualificada nacional por mão-de-obra qualificada chinesa e barata. Imediatamente começa a procurar por novo emprego, acreditando poder encontrar um posto de trabalho equivalente. Sasaki não conta à família que está desempregado, e passa o dia todo fora de casa para que a esposa não desconfie. Paralelamente ao forte sentimento de humilhação e vergonha, vai se tornando severo com os familiares.


A senhora Sasaki é uma doce dona de casa e mãe dedicada, com dois filhos: o mais velho, com dezessete anos, que está subempregado e meio sem rumo na vida e um adolescente que quer estudar piano e se sente só na família. O senhor Sasaki considera o fato do filho caçula querer ser músico um capricho. Gradativamente, cada membro dos Sasaki prefere esconder os seus temores e desejos no seu próprio mundinho.


Gostei muito do filme, por duas razões. Como sempre, locações urbanas me agradam, Tóquio parece uma São Paulo mais bonita, com sua nítida sinalização nas vias públicas, seus grandes espaços, seus bairros arborizados com casinhas sem passeio. Aqui há a dupla combinação da crise econômica japonesa com a repressão familiar e social, é impressionante que as pessoas tratem os desempregados como responsáveis pelo próprio infortúnio. Para impedir que sua esposa saiba de seu desemprego de três meses, um colega de Sasaki finge que é um executivo solicitado que atende frequentes chamados de celulares a negócios. A família está prestes a explodir de tanta infelicidade.


Um comentário:

  1. fiquei curiosa, já tinha ouvido elogios a esse filme e visto na programação. preciso agora mesmo é ver. beijos, pedrita

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