Interpol
Interpol é uma banda novaiorquina que faz um som nitidamente britânico. O primeiro álbum, Turn on the bright lights, de 2002, é fortemente influenciado por Joy Division e outras bandas inglesas dos oitenta. Comprei o cd pela capa, tão logo foi lançado no Brasil, convicto que estou, há muito tempo, de que as gravadoras brasileiras conhecem bem o seu gado, e as gravadoras internacionais investem mais no produto quando veem que a banda fará $uce$$o.
Este é o quarto álbum original da banda e só não me parece superior ao primeiro. A segunda faixa, Memory Serves é a primeira que me vem à mente quando lembro do cd, e cai como uma luva para o que espero de bandas pop. As faixas de trabalho são Lights e Barricades, mais ao gosto do público e já com clips em andamento. Não procurei ler as letras e não consigo pegá-las completas de ouvido, mas não é difícil deduzir sobre o que elas tratam. O sentimento predominante é o do romantismo que na classificação literária convencional, é o da segunda fase. Aqui não há a baboseira I love you/you love me que irrita os corações roqueiros testosterônicos. O romantismo mais legal tem a ver com angústia, tristeza, dispersão, a convicção de que o mundo não colabora mas você segue em frente, ainda assim: ouça Always Malaise (The man I am) e Safe without.
Fico me perguntando porque há tão poucas bandas, comparativamente ao que predomina na música, como esta. Mesmo sabendo que ela copia e sintetiza outras anteriores fico feliz por ela manter, de alguma forma, um som de pé que não tem a ver com bizarrices, violência extrema, individualismo autossuficiente, chavões pueris, celebração da ignorância e da vagabundagem, ídolos tão feios por dentro que precisam hipertrofiar as aparências.
Mas ainda bem que eu posso sentir letras como esta: Tonight a special memory serves me...
Mas ainda bem que eu posso sentir letras como esta: Tonight a special memory serves me...
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