Juiz de Fora

domingo, 15 de agosto de 2010

Aritmética

Meu avô materno costumava apresentar-me às pessoas, com indisfarçável orgulho, como o seu neto mais velho. Eu, muito afeiçoado às exatidões, o corrigia, relembrando-o de um primo vinte e um dias mais velho.




Gostava muito de prosear com ele na sacada de sua casa, normalmente sobre política, ele me ouvindo com atenção, já beirando os setenta anos, dando valor às palavras de quem mal chegava aos vinte.




Meu avô sempre dizia que eu era seu neto mais velho.





Pelo direito potestativo que este blog me dá, eu atraso em vinte e dois dias o nascimento do meu primo, e passo a ser o neto mais velho de meu avô.




Saudades.

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