Juiz de Fora

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (164)


A árvore da vida
(2011)









A árvore da vida é um filme do diretor Terrence Malick, diretor do deslumbrante Cinzas no Paraíso e Além da linha vermelha, um filme de guerra de grande aceitação entre o público mais atento ao cinema. Brad Pitt faz um inventor do tipo fundamentalista-bisonho-meio-oeste-guerrafria que é um pai amoroso mas um tanto repressor de seus três filhos adolescentes, particularmente sobre o mais velho. Sean Penn faz o primogênito Jack, já na atualidade, um arquiteto ou construtor bem-sucedido que culpa o pai pela morte do irmão do meio, morte esta que ainda lhe traz uma infelicidade diária. Isto dura uns dez minutos.

Depois temos um desfile de imagens maravilhosas que ilustram o tema do filme, ou o que me pareceu sê-lo: a vida é espantosa, algo único, e a gente perde um bocado de tempo com besteiras. A fotografia do filme vale a aquisição do dvd, particularmente em blu-ray.

Este deslumbramento dura uma meia-hora, e depois vamos acompanhar a família do protagonista, o ódio reprimido que o primogênito vai desenvolvendo sobre um pai amoroso, mas sistemático e implicante com os seus moleques da pá-virada e da mãe que lhes dá razão, em confronto com o marido que também a reprime. A ambientação evangélica do filme é demais para mim, criado que fui neste catolicismo sulamericano macunaímico, essa coisa ai-que-preguiça, em que nós todos sabemos colocar a culpa religiosa no espaço reduzido da missa, este país em que o prazer suplanta qualquer princípio rígido. Não é que não haja pecado abaixo do Equador, o que não há é culpa correspondente.

Achei o filme longo, não há uma trama ou um enredo que justifique os cento e quarenta minutos, e falas em sussurros e na forma de pensamentos me parecem enfadonhas. No entanto, para aqueles que são fãs de Malick não há risco de desapontamento. Não me parece, no meu entender, que a pasteurização do cinema tenha uma boa saída em um filme que leva uma parte do público a abandonar as suas salas.


2 comentários:

  1. eu adoro o brad pitt, gostei de cinzas do paraíso e fiquei interessada qd ouvi falar nesse filme. uma hora assisto. beijos, pedrita

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  2. Eu também acho o Brad Pitt excelente ator.

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