Juiz de Fora

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (157)


Hahaha
(2010)





Eu não tenho uma ideia muito clara como filmes são produzidos, sei apenas que, de modo geral, o financiamento ou vem de poderosos estúdios cinematográficos, como nos EUA, e que decidem fazer filmes conforme o potencial retorno lucrativo, ou em países mais bem-aventurados, como o Brasil, o financiamento vem parcialmente do Estado: o governo dá uma gorda colaboração para a produção artística, já que o dinheiro do contribuinte está sobrando e não há outras prioridades mais urgentes.




Fico imaginando como a coisa é resolvida lá pelos lados da Coréia do Sul, a partir de filmes como este, que tem tudo para não alcançar público nenhum (a não ser desavisados como eu): dois jovens na faixa dos trinta e poucos anos, enquanto bebem, comentam os seus últimos insucessos pessoais. As personagens deste filme (seis jovens e uma idosa) estão perdidas, são infantilizadas, estão completamente desorientadas quanto aos rumos profissionais e sentimentais de suas vidas, e criam e rompem relacionamentos mais pelo acaso. É tudo tão frágil, mas de uma maneira tão risível, que chega a ser divertido. Para se ter uma ideia do que digo: há uma cena em que a septuagenária mãe do protagonista lhe dá uma coça em seu restaurante de baiacus, na frente dos demais clientes. A bebida aqui - bebe-se o tempo inteiro - é o catalisador das emoções: as personagens só conseguem se exprimir ou tomar decisões sob efeito alcóolico. A sensação que tive é que um filme meio Bergman, meio Woody Allen, mas meio grogue.




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