Juiz de Fora

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (162)









Justine (Kirsten Dunst) é uma jovem publicitária prestes a se casar com um jovem meio apagado. O seu cunhado (Kiefer Sutherland) é podre de rico e lhe propicia uma cerimônia empertigada em uma propriedade com campo de golfe. A irmã Claire (Charlotte Gainsbourg) já começa ralhando com a irmã por conta de seu atraso de duas horas até a chegada do local. Com todos presentes ao almoço o pai de Justine (John Hurt) decide fazer um discurso e alfineta a sua esposa, mãe de Justine (Charlotte Rampling). A mulher não deixa por menos, toma a palavra e diz que odeia os casamentos (não me lembro se ela diz marriages ou weddings). A partir daí tudo vai por água abaixo. Pobre Justine.


Os cinco minutos iniciais deste filme são uma obra-prima. Não falo mais nada. Vou comprar o dvd por conta desta introdução.


Melancholia é o nome de um planeta que se aproxima da Terra, e isto provoca efeitos nas pessoas, óbvio. Lars von Trier coloca aqui todo mundo como muito pirado, mas não à maneira de Almodóvar (o pirado cômico) ou Bergman (o pirado analisável) mas pirado-pirado mesmo, bem dançado. O pai é inconsequente, a mãe, uma megera (mas marcou ponto comigo ao criticar duramente os  casamentos, rs...), o patrão (Stellan Skarsgard), um sanguessuga, o cunhado, um riquinho prepotente, o namorado, um fraco, casando porque é o que os outros fazem, os ceremonialistas, uns sistemáticos (e Udo Kier, quanto tempo, hein?) e a irmã Claire (Charlotte Gainsbourg, boa cantora, ótima atriz), esta necessita de uma junta psicanalítica, a moça é um destrambolho, não tem um minuto de estabilidade emocional.

As referências maiores do filme me parecem ser Solaris e Sacrifício de Tarkovski, mas isto é para outra conversa. Os atores dão um show, é impressionante como o diretor conseguiu aproveitar o máximo do talento de todos eles, em especial de Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg. Nem me parecia que Kiefer Sutherland e Charlotte Rampling fossem brilhantes.

Adorei Melancolia, fiz as pazes com o menino mimado da Dinamarca. Ainda não é "o maior cineasta da atualidade" mas fez o seu melhor filme para quem, como eu, nunca foi seu fã.


2 comentários:

  1. vim ler o seu post agora q já vi o filme. amei as fotos q escolheu. e gostei muito dos focos q colocou. incrível como a arte gera impressões diferentes a cada olhar e multiplica as possibilidades. sim, os 5 minutos iniciais são uma obra-prima. disse para o 007 exatamente isso, q quero rever qd passar de novo e de novo... a mãe tb marcou pontos comigo. mas falar no dia do casamento é patético. eu gosto muito desse diretor. é destrambelhado como todos do filme, mas é indiscutivelmente um gênio. beijos, pedrita

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  2. É o filme dele de que mais gostei, disparado. Vem mais por aí, rs...

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