Juiz de Fora

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Panótico vê aqui e agora (99)


A culpa é do Fidel
(2007)

Assim como em My queen Karo, aqui também os pequenos pagam pelas utopias dos pais, mas tem troco. Anne (Nina Kervel), uma garotinha francesa muito inteligente, com uns dez anos, é filha de Fernando, um advogado espanhol (Stefano Accorsi) autoexilado em Paris e casado com Marie, uma jornalista parisiense da Marie Claire (Julie Depardieu).



Em plena 1970, o pai, com remorsos por ser de uma família de franquistas e com uma irmã comunista viúva pelo suicídio do marido perseguido pelo regime de generalíssimo, resolve, juntamente com a esposa, arrumar as malas e ir fazer la revolución durante o governo socialista de Allende, "historia muy conocida de nosostros". A menina, juntamente com o irmão caçula, fica morando com os avós, e, contrariada, com toda a razão, quer tentar entender as atitudes dos pais.



Após um ano os pais voltam mais vermelhos do que nunca, e passam a fazer do minúsculo apartamento um aparelho em prol de tudo o quanto é luta que podem abraçar. Os filhos são claramente sacrificados em sua infância, e a danadinha da Anne faz valer os seus pontos de vista e a todo o momento quer confrontar e expor aos pais as suas incoerências.



Este primeiro filme de Julie Costa Gravas, filha do Constantin, que coincidência, é simplesmente encantador. Inteligente, cativante, analítico, bem-humorado, com personagens que despertam a empatia do público, - nestes tempos de glorificação de seres bizarros tanto no cinema como na mídia informativa, ah!,  que beleza ver um filme com neuróticos normais, rs...


2 comentários:

  1. eu tb adorei esse filme, absolutamente genial. beijos, pedrita

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  2. Eu gostei tanto que talvez eu até o compre, o que é raro eu fazer em matéria de filmes.

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