A Conspiração
(2001)
Este não é apenas mais um filme sobre o holocausto. Não é apenas mais uma vez que a indústria cinematográfica relembra o mundo sobre o extermínio de milhões de judeus pelos alemães na segunda guerra mundial. (Mas bem que podiam lembrar dos armênios uma vez ou outra). Este é o único filme, de que tenho notícia, integralmente centrado na primeira - e única - grande reunião de cúpula entre os diversos braços do Estado nazista com o intuito de operacionalizar a chamada "solução final" para o problema judaico na Europa central e oriental (em Wannsee, um lago próximo à capital alemã).
No inverno de 1942, o futuro carniceiro de Praga, general Reinhard Heydrich (lembra-se do Coronel Landa, interpretado pelo showman Christopher Waltz, de Bastardos Inglórios, referindo-se a ele: "Não sei por que Heydrich fica irritado por lhe chamarem de carniceiro"?) recebe de Hitler ordens claras para colocar em execução a "evacuação" dos judeus. Simulando um decisão coletiva, o general reúne SS, Werhmacht, Ministério da Justiça, juristas católicos e representantes do Partido Nazista e do governo da Polônia ocupada para conferir unanimidade à uma decisão que partiu diretamente do Fuehrer e do seu maior colaborador, Himmler, líder supremo da temida SS.
Poderíamos supor que esta é a versão oficial dos carrascos, colocada em prática durante o Julgamento de Nuremberg como estratégia processual dos advogados de defesa - (eu não o faria diferente, advogado de defesa não é juiz e nem promotor, por que as pessoas inteligentes não compreendem isto?!) - dizer que tudo foi dos cabeças que já haviam suicidado ao final da guerra. Mas, baseado nas únicas anotações que restaram da reunião, o filme é muito verossimilhante.
A densidade das falas, os argumentos, as manobras, os recuos, as dissimulações são bem adequadas a quem já estudou o tema, e os estados autoritários em particular.
Reinhard Heydrich
Gostaria de chamar a atenção para os atores: Stanley Tucci (como o carniceiro da Hungria Adolf Eichmann) já provou que é competente em O diabo veste Prada, Colin Firth o fez muito antes de O Discurso do Rei, e se Kenneth Branagh angariou muita antipatia no início dos anos noventa por hiper-interpretar, neste filme, no entanto, joga muita bola. Fazendo o misto de arrivista, megalomaníaco e sádico Heydrich o ator prova que possui amplos recursos dramáticos, tanto de voz como de expressão. Produção da HBO, não sei por que cargas d'água nunca dela tive informação.
esse eu não vi. anotado. beijos, pedrita
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