Juiz de Fora

domingo, 10 de abril de 2011

O Panótico vê aqui e agora (91)


Wallander
(versão britânica, 1.ª temporada, 2008)

Já resenhei aqui as obras policiais do escritor e dramaturgo sueco Henning Mankell (1948 - ?), criador do detetive Kurt Wallander, inspetor cinquentão de Ystad, sul da Suécia. Wallander possui uma relação distante com o pai, também com a única filha, e não assimilou bem a separação de sua primeira esposa, Linda. No primeiro livro, o escritor afirma (a narrativa é em terceira pessoa): "detetive de romance polocial que se preze é divorciado e alcoólatra", rs.



A primeira obra com Wallander é Assassinos sem rosto (1991). Seguem-lhes Os cães de Riga (1992) e o que eu mais gostei A Leoa Branca (1993), sobre um possível atentado contra Nelson Mandela e a participação (mesmo) de Pter Botha e Jan De Clerk no desmantelamento do apartheid, a melhor obra de Mankell, creio eu, e que, além de tudo, é uma obra que faz aqueles que pensam a política de forma maniqueísta a compreender melhor os processos históricos reais, bem diferentes do que é apresentado nos livros didáticos brasileiros de História. Henning Mankell, além de viver parte do ano em Maputo (Moçambique) é também casado com Eva Bergman, filha do seu Ingmar, um senhor que gostava de fazer filmes.



O inspetor Wallander está sempre a ponto de se aposentar da polícia, mas alguma coisa o mantém na ativa. Paralelamente vai cada vez mais se afundando na depressão. Os crimes para os quais tem que solucionar envolvem grandes interesses corporativos e grandes poderes estatais entrelaçados, e a imagem clássica de uma Suécia socialdemocrata (no bom sentido) se desfaz em nossa mente, assim como em Smilla e o sentido da neve com relação à Dinamarca.


Henning Mankell

Gostei demais de saber que Kenneth Brannagh fez o papel principal na versão britânica. O homem é bom mesmo, e as expressões que faz diante do primeiro caso são puro Wallander. Eu imagino que ele os tenha lido. O detalhe da barra da camisa para fora da calça, - durante a primeira cena -, não por rebeldia, irreverência ou desleixo, mas fruto de um cansaço existencial, também é uma tônica das obras de Mankell.


Ystad (Suécia)


Para azar meu - ou não - a série começa com a quinta obra de Mankell, Sidetracked [(Villospar (1995)/ O guerreiro solitário (2010)] lançado aqui no ano passado, e que eu não possuo. E vem o dilema: vejo a primeira das três séries ou adquiro o livro, o leio, e deixo a série para depois? É raro eu ler um livro a que já vi produzido nas telas (há algumas exceções: Ligações perigosas, Anna Karênina e O último portal/O clube Dumas, são os poucos que me vêm à mente).


O Wallander da série sueca.



Bem, cadê o telefone da Contraponto....




2 comentários:

  1. eu adoro o branagh, mas essa série eu não conheço. beijos, pedrita

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  2. Se não tiver como ver a série leia "A Leoa Branca". Você vai gostar.

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