Juiz de Fora

terça-feira, 15 de março de 2011

O Panótico vê aqui e agora (87)




Poesia
(2010)

Hoje à tarde voltei à frequentar as terças promocionais do Alameda. Bastou majorarem o valor do ingresso de dois para quatro reais para evaporar boa parte do público. Não me queixo. Não me queixo, mesmo. Sessão das dezoito horas, com uma dúzia de espectadores - a maioria de terceira idade - silêncio total para poder ver este filme coreano. Mesmo sem ter lido a resenha não é difícil imaginar, ainda assim, de que se trata de um drama voltado para sensibilizar as pessoas.



Não vou falar nada sobre diretor e atores, não os conheço e não estou interessado. Em uma cidade média da Coréia do Sul uma adolescente comete suicídio pulando de uma ponte em um bonito rio.

A protagonista é uma senhora de setenta e cinco anos em estágio inicial de Alzheimer. Ganhando a vida simples como auxiliar doméstica de idoso, a pobre coitada, - simpática e com traços que revelam ter sido uma mulher graciosa na juventude -, cuida do neto adolescente que apresenta uma permanente expressão de autopiedade e insolência, e de cuja mãe não se tem notícias. Com o neto indolente envolvido em problemas, a senhora decide entrar para um curso de poesias em um centro comunitário. Mas a esforçada trabalhadora não consegue fazer um único verso.



É o primeiro filme coreano que assisto que não trata de gangsteres, e mais um de milhares de filmes que abordam pessoas comuns e a miserabilidade de seu cotidiano opressor. O interessante é o modo oriental de lidar com isto, com aquelas expressões características de reconhecimento da própria culpa, timidez, autoflagelo.

O filme é um tanto lento, não havia necessidade de cento e quarenta minutos. Fora isto, é como a maioria dos filmes que são apenas bons.


Um comentário:

  1. fiquei com muita vontade de ver, mas 4 reais, é bem acessível. beijos, pedrita

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