Ó Capitão! meu Capitão! Finda é a temível jornada.
Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.
O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,
Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e austero.
Mas ó coração, coração!
O sangue mancha o navio.
No convés, meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
Ó Capitão! meu Capitão! Ergue-te ao dobre dos sinos;
Por ti se agita o pendão e os clarins tocam os seus hinos.
Por ti buquês, guirlandas... Multidões as praias lotam,
Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos voltam.
Capitão, querido pai,
Dormes no braço macio...
É meu sonho que ao convés
Vai caído, morto e frio.
Ah! meu Capitão não fala, foi do lábio o sopro expulso,
Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade ou pulso.
Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.
E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.
Povo, exulta! Sino, dobra!
Mas meu passo é tão sombrio...
No convés meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
Walt Whitman (1865).
Este poema é citado pela personagem principal de "Sociedade dos Poetas Mortos" (1989), com Robin Williams.
O professor que é o tema da película foi demitido, com quase trinta anos de casa, sem aviso prévio ou maiores explicações, alguns anos após a realização do filme.
Whitman, genial! Agora tem que ler "A canção da estrada aberta" (Song of the open road), em que o Kerouac se inspirou muito pra escrever o On the road.
ResponderExcluirPost dos brutos, esse!
faz muitos anos que vi esse filme, é sempre bom relembrar Walt Whitman. beijos, pedrita
ResponderExcluirFica anotada a dica!
ResponderExcluir