Juiz de Fora

terça-feira, 1 de março de 2011

Ó Capitão! meu Capitão!



Ó Capitão! meu Capitão! Finda é a temível jornada.
Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.
O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,
Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e austero.
       Mas ó coração, coração!
             O sangue mancha o navio.
                   No convés, meu Capitão
                         Vai caído, morto e frio.


Ó Capitão! meu Capitão! Ergue-te ao dobre dos sinos;
Por ti se agita o pendão e os clarins tocam os seus hinos.
Por ti buquês, guirlandas... Multidões as praias lotam,
Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos voltam.
      Capitão, querido pai,
            Dormes no braço macio...
                  É meu sonho que ao convés
                        Vai caído, morto e frio.


Ah! meu Capitão não fala, foi do lábio o sopro expulso,
Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade ou pulso.
Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.
E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.
     Povo, exulta! Sino, dobra!
          Mas meu passo é tão sombrio...
               No convés meu Capitão
                   Vai caído, morto e frio.




Walt Whitman (1865).



Este poema é citado pela personagem principal de "Sociedade dos Poetas Mortos" (1989), com Robin Williams.



O professor que é o tema da película foi demitido, com quase trinta anos de casa, sem aviso prévio ou maiores explicações, alguns anos após a realização do filme.

3 comentários:

  1. Whitman, genial! Agora tem que ler "A canção da estrada aberta" (Song of the open road), em que o Kerouac se inspirou muito pra escrever o On the road.

    Post dos brutos, esse!

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  2. faz muitos anos que vi esse filme, é sempre bom relembrar Walt Whitman. beijos, pedrita

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