Juiz de Fora

segunda-feira, 14 de março de 2011

New and notable (12)


The king of limbs
(Radiohead/2011)


Não sou mais fã do Radiohead, e depois de OK Computer só prestei atenção na banda porque muita gente boa tem o grupo em alto conceito. De qualquer maneira eu ouço música no varejo, bem faixa-a-faixa, e a minha opinião se forma do particular para o geral. Desta forma, nada me impede de gostar muito de uma coisa ou outra. Dito isto os primeiros minutos podem ser um fator de estímulo, ou não, dado que a minha disciplina me impõe ouvir todo o disco antes de emitir uma opinião mais sintética. O oitavo álbum do grupo vem com uma capa bem feinha, a meu ver, e me parece um recado para os fãs de que o grupo vai manter a linha que lhe caracteriza: um gosto acentuado por estados tristonhos ou algo próximo, está me faltando a palavra adequada, mas um sentimento que não é bem de revolta, nem de depressão, mas uma certa prostração latente ou inconformismo de quem não vai abraçar uma causa coletiva e nem mergulhar no escapismo. Esta postura pode dar bons resultados estéticos, mas não é o som que vai me cativar, que está mais para o humanismo lírico, para o romantismo épico, ou para a intensidade das guinadas históricas.

As primeiras faixas dão todo o destaque ao cantor Thom Yorke, mas ainda assim é um som de banda, oferece uns ritmos bem instigantes e a eletrônica, bem discreta, é mais estimulante que o vocal característico de Yorke. A minha preferida é Lotus Flower, que eu imagino que vai ser, ou já é, a faixa de trabalho. Ao final, este pode ser o primeiro cd significativo do ano. Mas quem esperava mais um cd surpreendente pode se decepcionar. É mais um lançamento do Radiohead, não muito mais do que isto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário