Juiz de Fora

terça-feira, 24 de abril de 2012

O Panótico vê aqui e agora (238)


O agente da estação
(2003)



Finbar McBride é um anão apaixonado por trens. Obviamente infeliz por sua condição fisiológica e mais ainda pelo bullying que sofre cotidianamente, só se sente à vontade com o patrão, dono de uma loja de ferromodelismo. Mas, este, já idoso, vem a falecer e deixa para Fin uma propriedade em torno de uma estação desativada e mais os bens inventariáveis do estabelecimento comercial. Fin muda-se para a estação, a fim de viver isolado.



Mas o seu vizinho Joe, um jovem cubano simplório e até meio ingênuo, não vê Fin apenas como um anão, mas como um amigo em potencial, e tenta insistentemente socializar-se com ele, com lento, mas frutífero sucesso. Paralelamente, Olivia é uma artista plástica destrambelhada que sente muita culpa pela morte acidental do filho. E há também uma jovem bibliotecária que está grávida de um mané, e que sente atração pela gentileza (e fragilidade) do carismático Fin. E quase me esqueço da gordinha garota que quer levar Fin para falar em sua sala de aula.




Gostei demais deste filme, hoje em dia o cinema ou é muito blockbuster ou se trata de produções esteticistas que passam por grande apuro intelectual, como Shame, por exemplo. Aqui são pessoas comuns (ou muito especiais, à sua maneira) tentando buscar uns nos outros algum tipo de felicidade e companheirismo. Este curto filme de 87 minutos poderia ter durado mais meia hora, a gente torce para ver mais do convívio entre pessoas tão diversas mas que dão valor uns aos outros. Gostei também da dignidade do protagonista, não é um anão atuando como engraçadinho.

O cinema (ou eu, pelo menos) precisa de mais filmes como este.

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