Big Science
(Laurie Anderson)
Laurie Anderson eu conheci simultaneamente à Nina Hagen, em meados de 1982. Ao contrário da alemã, o seu som e imagem eram mais sérios, mais intelectualizados e curiosamente, uma artista estadunidense, país que para mim não trouxe quase nada de bom em matéria de rock, Este disco foi lançado rapidamente no Brasil, em menos de seis meses, dada a repercussão positiva de vendas nos EUA. A capa é sensacional.
O meu vinil continua em perfeito estado, trinta anos após a sua aquisição.
Encarte com letras era ocasional e desculpa para cobrar mais caro pelo disco.
From the Air ainda me apaixona, tudo nela me parece legal, a voz, o ritmo, os sintetizadores, mesmo sendo uma faixa maníaca, e que eu sempre tinha que aguardar a hora certa para poder tocá-la em alto e bom som aqui em casa. Big Science também é hipnótica, a letra não é cantada, mas narrada, boa parte da música, o que Laurie Anderson continuaria fazendo daí em diante. Não há guitarras e a melodia é toda ela em sintetizador. Sweaters eu nunca gostei, acho o saxophone irritante. As seguintes Walking & Falling eu mal me recordava, valiam mais pelos climas. O Superman é ótima, não apenas pela letra, mas pelo recurso novo (então) do vocoder e o ah, ah, ah, ah, eterno que dá ritmo à canção. Progressivamente os sintetizadores vão dando cor à canção, que é a melhor do disco. Example #22 me lembra Nina Hagen e Kraftwerk, não apenas por ser cantada em alemão, mas pelo tom de fanfarra. Letx=x/It tango é uma delícia, tem uma sanfoninha ou acordeão maneiro, um ritmo de música folclórica e um poderoso sintetizador à la Kraftwerk nas suas origens. A ciência continua grande.
Eu tinha o hábito de guardar resenhas no interior dos álbuns.
A Folha de São Paulo era a única fonte confiável para música no início da década de oitenta. Quem cresceu após a universalização da internet (1994) é um privilegiado.
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