Juiz de Fora

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Panótico vê aqui e agora (236)



Pina
(2011)


Nunca tinha ouvido falar nesta dona. Não fosse o nome de Wim Wenders dificilmente iria assistir este documentário. Sejamos honestos, o nome do diretor por si só não foi suficiente. Após concentrar-me na minha dissertação por seis horas eu precisava de uma folga. E com um cinema colado em casa, a ridículos dois reais de entrada, sabendo que na última sessão eu teria grande chance de encontrar um cinema semi-vazio, resolvi ir lá e enfrentar minha indisposição com a dança.


Meus maiores receios eram: aquela coisa de divas, deusas, de pele, pessoas nascidas para a dança, etc, ou numa palavra: um espetáculo para o público feminino e/ou gay. O que encontrei: a ótima Sagração da Primavera numa baita coreografia, me deixando empolgado com o que viria pela frente. A tônica das entrevistas é a mesma: "eu era uma pessoa tímida e Pina me libertou". Ok. O filme é uma homenagem póstuma e artistas sempre bajulam artistas, mesmo porque é o propósito de todos os envolvidos. Mas as entrevistas são rápidas.

As cenas do metrô de superfície e esta acima com "chuva" sobre uma rocha são particularmente bonitas. A trilha sonora me cativou: erudito, jazz dos anos vinte e trinta, e música eletrônica (ou techno) num patamar que me agrada. Tem também Caetano Veloso, músicas românticas latinas e tango, para gosto de quase todos.



Do que compreendi a temática de Pina Bausch tinha a ver com as relações humanas e sociais no mundo contemporâneo. Achei as performances heterossexuais e mais voltadas para as emoções do que para performances mirabolantes. É mais teatro do que balé, acho, e talvez por isto eu tenha assistido até o final. Bem, se você já conhece o trabalho dela, vá. Se, como eu, é um outsider neste contexto, vá mais ainda.

Quanto a Wim Wenders, é uma produção bem diferente do que eu já vi do diretor alemão (Asas do desejo, Sob o céu de Lisboa e mais uns três ou quatro filmes).



2 comentários:

  1. eu quero muito ver esse documentário. eu vi um espetáculo da pina bausch em são paulo, já sem a presença dela e tinha ficado encantada. era um espetáculo de atitude, não tanto de dança. tinha dança, mas era a provocação da plateia o forte. e adoro wim wenders. beijos, pedrita

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