Juiz de Fora

terça-feira, 12 de março de 2013

O Panótico vê aqui e agora (311)





Killer Joe
(2011)

Chris (Emile Hirsch) é um jovem texano traficante de drogas que teve a sua mercadoria furtada e vendida pela mãe - alcoólatra e viciada - e agora está devendo muita grana aos traficantes. Expulso de casa pela genitora, pede abrigo ao pai imbecil e maconheiro, que vive com a madrasta garçonete e um tanto vadia (logo de cara, na primeira cena, você verá que não estou exagerando), e tem a brilhante ideia de, em acordo com ambos e mais Dottie, a irmãzinha lolita e lelé, planejarem o homicídio da mãe e ex-esposa para dividirem um seguro de vida de cinquenta mil dólares. Para o crime perfeito contratam um detetive corrupto, o Killer Joe (Matthew McConaughey).



Filmes sobre famílias sempre prendem a atenção, seja as reprimidas e neuróticas do cinema do norte europeu ou asiático, sejam as famílias trapalhonas do tipo italiana ou latinoamericana, ou as famílias rednecks estadunidenses. Este filme é uma comédia, embora seja de um realismo impressionante sobre a miséria humana de cinco pessoas unidas por dinheiro sujo. A cena em que todos ceiam como uma autêntica família de pais-peregrinos protestantes é a que melhor condensa a hipocrisia dos EUA quanto ao tema. É um tapa na cara bem dado.

William Friedkin foi o diretor de O exorcista, não tenho nenhuma opinião sobre a carreira deste estadunidense septuagenário, a sua filmografia não me diz nada de espetacular. O protagonista Emile Hirsch é desconhecido para mim, e me parece o melhor ator do filme. Matthew McConaughey também não representa nada para mim, com uma carreira de quase vinte anos, e é a primeira vez que o vejo acima da média, embora um tanto caricato como o cara durão que tem calma para impor respeito.


Estava entre assistir este e Cesare deve morrer, dos irmãos Taviani. Como passei dois dias sem carro por conta de um defeito, queria relaxar e preferi esta comédia com cara de filme de Tarantino. E eu achei, mesmo, um filme bem Tarantino, com gente corrupta e incompetente, e diálogos esticados para impactar o espectador. Após o filme, ouvi o público (jovens e aposentados) falar que havia detestado o filme. Mas até chegarem a esta conclusão riram bastante e prestaram muita atenção.


Coincidência ou não, após cancelarem o cartão de fidelidade, o Alameda hoje vendeu os ingressos (quatro reais) com um saboroso brinde: uma barra de Kit Kat. Aprovado.

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