Tales from Topographic Oceans
(Yes)
Tales from Topographic Oceans é o sexto álbum de estúdio do grupo inglês de rock progressivo Yes. É um álbum duplo com quatro faixas de cerca de vinte minutos. É a sua criação mais polêmica, mas eu nunca tive dúvidas sobre a excelência desta obra. Idealizado pelo vocalista Jon Anderson e pelo guitarrista virtuose Steve Howe, baseia-se na obra autobiográfica de um yogi hindu. Não sei quem é esse yogi e nunca dei muita pelota para isto. Ouvi-o pela primeira na casa de um amigo em São José de Campos, na única vez que fui à São Paulo, há trinta anos atrás.
A edição nacional tinha gravação pobre e ilustrações a preto-e-branco, mas a capa de Roger Dean, as letras de Anderson e Howe e os minutos iniciais de The reveiling science of God me deixaram com a rápida e depois permanente impressão de que se tratava do disco em que a banda mais investiu na sua visão de mundo, a mais espiritualista e hippie das bandas de rock progressivo de que gostei.
As segunda e terceira faixas do álbum, The remenbering e The ancient são claramente uma prova de que os artistas dispunham de um elevado nível de autonomia para lançar discos, pois elas não possuem qualquer atrativo popular visível, e mesmo muitos fãs de progressivo e da banda não as colocam entre as suas preferidas.
Mas a última, The ritual, foi um hit certo para os fãs do grupo, o refrão Nous sommes du soleil é bem conhecido (e reconhecido). O tecladista Rick Wakeman ficou meio de fora neste projeto, embora bem em destaque no resultado, impensável sem o seu talento como tecladista, e resolveu pular fora do grupo para iniciar a sua muito bem sucedida carreira solo por um biênio.
Acho que é um disco difícil para a maioria das pessoas. Durante anos eu tive o hábito de ouvir apenas a primeira e a última faixa. Hoje, não. Quanto às letras, já as li algumas vezes, mas o forte do rock para mim são as melodias. O trecho de "getting over overhanging trees" sempre me empolga e tenho com ele forte relação afetiva.
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