Juiz de Fora

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O Panótico vê aqui e agora (129)


Singularidades de uma rapariga loura
(2009)




Nunca assisti a um filme português e apenas li um ou dois posts em que era mencionado o cineasta Manoel de Oliveira. Tive a oportunidade de ver este filme e procurei não me informar a respeito para poder assisti-lo sem qualquer influência prévia.


Esta obra é uma adaptação de um conto de Eça de Queirós, provavelmente o maior escritor português dos últimos quatro séculos, conhecido de todos no Brasil devido às minisséries (ótimas)  O primo Basílio e Os Maias.

Não me recordava se havia lido este conto, mas o reconheci em linhas gerais: um jovem, em viagem de trem de Lisboa ao Algarve resolve desabafar á passageira ao lado "aquilo que não se conta à mulher e aos amigos, mas aos estranhos". Funcionário de uma loja de tecidos, e sobrinho de seu proprietário, o protagonista apaixona-se à primeira vista por uma moça casadoira, de família abastada, e enfrenta dificuldades para vencer as diferenças sociais entre ambos. A narrativa do filme me lembrou bastante as novelas do horário das seis, da tv Globo, quando eram adaptações de obras da literatura brasileira. Mas algo não desce, pois a trama desenrola-se nos dias atuais, e a despeito de muitas pessoas já terem me falado que os portugueses são mais reservados, mais discretos e tímidos na abordagem do sexo oposto, o filme resvala para uma caretice sem fim, perfeitamente adequada à época de origem, mas que exigiria um mínimo de correspondência aos dias atuais para que não caia no mais absurdo anacronismo.




Quando o jovem pediu "permissão" ao tio para se casar achei que era demais para mim.

2 comentários:

  1. eu comento com os blogueiros portugueses que me visitam o pouco intercâmbio que há entre nossos filmes. eles mal assistem os nossos e vice-versa. esse eu não vi. eu consigo ver bem poucos pq até na tv a cabo circulam poucos. beijos, pedrita

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  2. É bem verdade. Mas isto também ocorre entre nós e os argentinos, e vice-versa. Isto é fruto da prevalência do cinema estadunidense, creio eu.

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