Juiz de Fora

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O Panótico vê aqui e agora (125)




71 fragmentos de uma cronologia do acaso
(1994)


Cheguei a este filme por indicação de um professor, a quem fico agradecido. Dirigido por Michael Haneke, o austríaco de A fita branca, é um filme meio James Joyce: são setenta e uma tomadas do quotidiano de quatro pessoas: um garoto romeno que foge de casa até a Hungria, depois para a Áustria e vai viver no metrô de Viena; um jovem profissional de tênis de mesa que vive sob pressão; um casal em crise; e um idoso que está sempre a falar pelo telefone com um familiar doente. Paralelamente, há cobertura televisiva sobre o Oriente Médio, na mesma linha editorial da DW TV que assistimos na transmissão paga.




Cada tomada é interrompida por um segundo, demarcando bem as mudanças de cena. Achei Viena, principalmente as repartições e edifícios públicos, idêntica às cinzentas cidades alemãs - não é porque a língua é a mesma que a paisagem urbana teria que ser similar. É um filme bem anos noventa, esta década lastimável, e a primeira ideia que vem à mente é a globalização. Se você viu o excelente Babel notará que são homólogos, embora este de Hanecke não traga uma explicação tão clara e sistematizada quanto o filme de Iñarritu. Gostei bastante.

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