L.A.Woman
(The Doors/1971)
A primeira vez que ouvi falar dos Doors foi há trinta anos atrás quando o casal de jornalistas José Emílio Rondeau e Ana Maria Bahiana lançaram as dez melhores bandas de rock da história em um especial da revista Som Três: eles foram cotados, mas não selecionados.
Em 1987 a revista Bizz, copiando descaradamente a imprensa musical estadunidense, "descobriu" que não teriam sido os Beatles e os Rolling Stones as grandes bandas da década de sessenta, mas na verdade seriam o Velvet Underground e os Doors (por coincidência desbancando duas bandas britânicas e colocando no lugar duas dos EUA, mas que povinho corrompido). Eu não concordei - e continuo não concordando - com esta "descoberta", mas passei a dar mais atenção ao som de Doors e V.U. que eu conhecia muito por alto.
Os Doors fizeram estrondoso sucesso (muito mais que o Velvet Underground de Lou Reed) apoiado em três fatores: a figura rimbeaudiana do cantor Jim Morrison (idolatrado pela mulherada), as letras corrosivas, e o farto uso de drogas, escândalos e repressão policial. Independentemente disto, dos cinco discos dos Doors com Morrison, este é o segundo de que mais gosto.
L.A.Woman é um disco pesado de blues, mais do que o psicodelismo dos discos anteriores da banda. Morrison está mais contido e com a voz mais grave, as melodias são mais elaboradas e amenas, é uma produção mais para cima. A minha preferida é Hyacinth House, com destaque para o teclado de Ray Manzarek, alguém que continuou vibrando com a herança dos Doors mesmo na terceira idade.
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