Um conto chinês
(2011)
Roberto (Ricardo Darin) é um comerciante de materiais de construção, meia-idade, que reside na periferia de Buenos Aires. Rabugento e misantropo, o filme explica o permanente mau-humor do protagonista por não ter ele conhecido a sua mãe, que faleceu quando era criança e por ter também perdido o pai na juventude. Roberto tem o hábito de colecionar notícias bizarras de jornal e gosta de ver os aviões decolando e aterrizando no aeroporto de Buenos Aires. Há também uma simpática moça interiorana que paquera Roberto, mas este tenta se esquivar dela.
Em um destes momentos de lazer ele vê um jovem chinês, Jun, ser jogado fora de um táxi. O chinês, que nada fala de espanhol, é socorrido por Roberto, e lhe exibe um endereço anotado no braço e lhe implora por ajuda. Roberto não tem outra alternativa a não ser levar o estrangeiro, muito a contra-gosto, para sua casa, enquanto as autoridades policiais e consulares pouco fazem de concreto pelo oriental que está à procura de um tio residente sabe-se onde na Argentina. Roberto dá a Jun o prazo de um semana para encontrar o parente e sumir de sua vida.
O cinema argentino tem uma trajetória semelhante ao brasileiro, ao que parece. Levaram décadas para descobrir que o que faz um bom filme é, principalmente, contar uma boa estória. Diretores, atores, cenários, fotografia, podem ajudar, e muito. Mas sem um bom enredo a coisa não vai para frente.
Uma boa estória. Este filme é uma delas.
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