Juiz de Fora

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O Panótico não vai ler nem aqui, nem agora e nem depois (32)



Estou participando como ouvinte de um seminário sobre Lúcio Cardoso. Crônica da Casa Assassinada tem sido considerado o melhor romance da literatura brasileira pós-Guimarães Rosa. O autor teria dito que o seu objetivo era "queimar Minas". Eu sabia que o enredo se tratava de uma família de coronéis incestuosos, algo como um Nelson Rodrigues elevado à enésima. Li três páginas e achei insuportavelmente melodramático e fiquei com a seguinte sensação: autor homossexual repleto de culpa resolve dizer para o mundo: "que que tem se eu sou gay? Vocês, héteros, vivem em famílias incestusosas". Sorte a minha que não precisei comprar a obra (toda escola municipal de Juiz de Fora possui um exemplar). Agora, cá para nós: obrigar adolescentes a ler quinhentas páginas para enems e vestibulares, que tortura exigir isto de garotos cujo universo cabe num shopping center.

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