Juiz de Fora

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Não há trem de Berna para Lisboa mas viaje assim mesmo (343)


Trem noturno para Lisboa
(2013)


Um professor secundarista de Berna, Suíça, (Jeremy Irons) evita o suicídio de uma jovem. Com ela encontra um livro de poesia de um jovem português e uma passagem para Lisboa. Ele decide tomar o trem e quer conhecer a história do poeta, fascinado com o que escreveu. Em Lisboa, enquanto corre o risco de perder o emprego, ele toma contato com a vida do poeta e médico Amadeu, filho de juiz na Portugal salazarista. Conhece a irmã do poeta (Charlotte Rampling) e a luta da amante Estefânia (Mélanie Laurent e Lena Olin), do amigo Jorge (Augusto Diehl e Bruno Ganz) e é ciceroneado pela sobrinha (Martina Gedeck) de um militante contra a ditadura Salazar.


Este é um filme que me ganhou fácil. Berna é linda, mas foi emocionante rever Lisboa, esta cidade que me encantou (www.enaldoviajando.blogspot.com.br), particularmente as regiões históricas da Baixa, Chiado e Alfama. O filme faz jus à cidade, ainda que carregue um pouco no arcaico. Não há trem de Berna para Lisboa (de carro dariam cerca de vinte horas de viagem), e as linhas da estação de Rossio exibida no filme levam apenas até Sintra, município vizinho à capital portuguesa. Mas não importa. O leque de atores é o que há: Bruno Ganz (o Hitler de A queda), Augusto Diehl (o major bom de ouvido para sotaques de Bastardos Inglórios), Mélanie Laurent (a Shoshanna de Bastardos Inglórios), Martina Gedeck (Ulrich de O Complexo Baader-Meinhof) e outros.


O protagonista Amadeu era um jovem de princípios e filho de um juiz distante e temente à Salazar. O seu melhor amigo, Jorge, é de origem humilde e se enfronhou na Resistência. Amadeu fica dividido entre a medicina e a militância, e busca na poesia um meio de expressão para suas angústias. Paralelamente, se apaixona pela amante de Jorge, uma militante. O professor suíço ao mexer no passado dolorido dos portugueses vai buscando um sentido para sua vida na disciplinada Suíça.

 No início quase não reconheci a atriz, menos glamourosa do que nos filmes anteriores.

 Amadeu e seu melhor amigo Jorge.


 A travessia do Tejo para Almada (eu fui, rs...)


Jorge, farmacêutico e idoso, não quer falar sobre o passado.


Este é um filme que tem tudo para cair no gosto de um certo tipo de público. Não é nenhuma obra-prima, e críticos mais exigentes podem achá-lo meio apelativo, com uma filosofia não muito consistente, mas não deixe de vê-lo (e não deixe de conhecer Lisboa se tiver oportunidade)

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