Medeia
(1987)
Não vou aqui contar o mito de Medeia, deixo o prazer desta pesquisa para o (a) leitor (a). Conheci-o há décadas na sua conclusão aterradora: traída pelo marido Jasão, Medeia mata os filhos do casal. A estória é bem mais complexa, Jasão não é tão santo e Medeia poderia alegar em sua defesa os diversos sacrifícios pessoais e gravíssimos crimes que praticou por seu amor por Jasão. Imaginei que Lars von Trier fosse tentar olhar o mito com as razões da infanticida. Não deu outra. Medeia, tadinha, sofre muito ao matar os filhos que "ama". Não cola.
No entanto, é um senhor filme. Que fotografia, camadas de penumbras e tecidos compondo um drama no mínimo barroco, um ambiente tenso, diálogos inteligentes, falas mais dramáticas do que no original de Eurípedes (apresentado em Atenas, em 431 a.C., obtendo o terceiro lugar). Dos filmes do dinamarquês Lars von Trier é o meu segundo predileto, atrás apenas de Melancholia.
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