Juiz de Fora

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O Panótico riu até sentir dores abdominais (339)



Vovô sem vergonha
(2013)



Irving (Johnny Knoxville) é um octogenário que acaba de ficar viúvo. A sua filha vai novamente para a prisão por violar a condicional por tráfico de crack. O neto de Irving, o garoto Billy, quer ficar com o avô, mas este quer entregá-lo para o pai, um mané drogado que só aceita ficar com o filho para receber ajuda do Estado. No caminho entre o Nebraska e a Carolina do Norte o velho rabugento ensina o neto a beber, furtar, trapacear e concorrer como princesa em um concurso de garotas.




Johnny Knoxville era o protagonista da série Jack Ass da MTV, um cara que topava tudo por dinheiro, as situações as mais dolorosas e politicamente incorretas. Nunca gostei, raramente assisti, mas hoje me deu uma enorme vontade de desfrutar o prazer extremo de ir ao cinema sem ninguém na plateia, nada de celulares, barulhos de pacotinhos, gente conversando (mas não escapei de um chicletes no meu tênis, por obra de algum adolescente ou jovem mal-educado).

O filme é no estilo Borat: dezenas de pessoas participam dele sem o saber (inclusive uma temível gangue de motoqueiros sessentões intitulados "Guardiões de Crianças"), há câmeras escondidas por todos os ângulos e ao final do filme são exibidos os takes das pessoas surpresas com as filmagens, não é jabá, mesmo. Knoxville é muito convincente na fala e postura do velho tarado e irresponsável, que fica feliz quando sabe da morte de sua esposa.

É impressionante observar as reações das pessoas diante do inesperado, e também como elas são tolas e crédulas.

Um valentão ameaça Knoxville por ter derrubado um pinguim.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Kiarostami irrita o Panótico (338)


Shirin
(2008)


Irã, na atualidade. O filme começa em um cinema com closes de mulheres assistindo a uma melosa história de princesa que se sacrifica por um príncipe na Pérsia de quatro séculos atrás, a julgar pelas gravuras exibidas na introdução da película. Você vê assim, uma dúzia, quem sabe, de típicas mulheres iranianas, cabelos e olhos escuros, com uma expressão determinada, enquanto a narração e sonoplastia te entediam com a pobre Shirin e seu amor não correspondido pelo poderoso Khosrow. Mas... espere lá! Já se passaram quinze minutos e tudo o que vejo são closes de mulheres sensibilizadas?! E aí eu avanço o filme e todo o filme é assim?! Umas cem mulheres (incluindo Juliette Binoche, a queridinha dos pedantes) fazendo expressões noveleiras, pô, Khiarostami, tu é muito babão, hein?!


Típico filme pseudo-intelectual, que dá pano para manga para que pernósticos falem metros sobre originalidade, desconstrução de narrativa, alteridade, ruptura, intertextualidade, ah, que saco, o cinema tem que ser mais do que blockbuster x pretensão.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O Panótico adora um drama político (337)


Bloody Sunday
(2002) 


Belfast, 30 de janeiro de 1972. Uma associação de direitos civis dirigida por um protestante e quatro católicos organiza uma passeata pacífica contrariando leis marciais do ano anterior aplicáveis à Irlanda do Norte. O governo britânico envia os temíveis paraquedistas para subjugar os manifestantes e alguns soldados falam abertamente em vingar a morte de dezenas de militares britânicos por militantes do IRA nos anos anteriores. Um general quer se exibir ao gabinete ministerial, um coronel quer obedecê-lo mas não  vê graça na situação, um chefe de polícia se empenha em evitar que o exército faça um massacre e Ivan Cooper, deputado protestante, quer liderar o povo, mas se preocupa em evitar a violência tanto de britânicos como do IRA.


O famoso domingo sangrento "celebrizado" pela canção do U2 (a ouvi em excesso em 1985 e não a suporto desde então) nunca tomou de mim maior curiosidade: era aquela coisa: irlandeses brigões tomando muita porrada de ingleses imperialistas. Na verdade, é bem por aí mesmo, mas aqui o filme baseado em uma testemunha e em um inquérito no qual o governo inglês assumiu a culpa (2010) é detalhadamente narrado. Como em todo filme político que se preze, é necessário mediatização: há boas intenções e más condutas (e interesses) em ambos os lados. É importante que se frise, e isto não é minimizado no filme, que o IRA jamais foi porta-voz da maioria irlandesa pelo simples fato de que dois terços do irlandeses do norte são unionistas (protestantes que se identificam coma Inglaterra e sua monarquia). Mas a execução pura e simples de uma dúzia de manifestantes desarmados deu uma boa colheita para o braço armado do Sinn Fein, especialmente entre os jovens sem instrução, sem perspectiva e com adrenalina e maniqueísmo típicos para embarcar no terrorismo.


Do mesmo diretor da trilogia Bourne, Peter Greengrass.

domingo, 22 de dezembro de 2013

O Panótico acha que Ben Stiller ainda não é um Woody Allen (336)


A vida secreta de Walter Mitty
(2013)



Walter Mitty (Ben Stiller) é um empregado apático de uma corporação dos meios de comunicação que está fechando uma revista e demitindo funcionários. Muito tímido, quer paquerar uma colega de escritório, não tem coragem e fantasia ser um cara dinâmico, aventureiro e capaz de enfrentar os problemas. Correndo o sério risco de ser demitido necessita, como último trabalho, publicar um negativo perdido de um grande fotógrafo (Sean Penn) que admira o seu trabalho como "revisor de negativos".




Acreditei se tratar de mais uma boa comédia de Ben Stiller (ator, diretor e produtor), mas o filme é um drama com algumas risadas (mas não muitas). Há um extenso marketing da Life, ainda que bem estilizado, não sei qual é a razão, além do vil metal. Acho uma boa decisão sair da comédia e buscar filmes sérios, mas, que papo é este? Quem disse que comédia é incompatível com dramas intensos?

O filme é meio arrastado, não porque Ben Stiller por acaso tenha visto muito Bergman, mas porque o tema "viva intensamente a sua vida enquanto tem chance" já é por demais gasto. Valeu muito pelas cenas da Islândia e Groenlândia, a fotografia impecável, a ótima trilha sonora (com Arcade Fire em "Wake Up" e David Bowie com "Space Oddity" e não "Major Tom" como é falado no filme). A cena de Mitty andando de skate em uma rodovia deserta da Islândia vai ficar na minha memória, que inveja.





domingo, 15 de dezembro de 2013

O Panótico assistiu um filme... em silêncio.(335)



O Hobbit - A desolação de Smaug
(2013)

Gandalf (Ian McKeller) pede a Bilbo (Martin Freeman) para acompanhar um grupo de anões na quase impossível tarefa de furtar um mineral mágico, a Pedra Arken, que se encontra em um castelo controlado por um dragão que cospe muito fogo e tem carcaça de ferro (Smaug). Como obstáculos encontrarão orcs, elfos que não gostam de anões e um reino governado por um tirano.

Há muitos meses que não comparecia à uma sessão silenciosa de cinema. Chegamos atrasados, pouco antes de abrir, porém quase não havia fila. Legendado e em 3D, o filme parece ter atraído somente os jovens fãs de Tolkien. Próximo a nós um rapaz fazia barulho com comestíveis, suspirei em tom de revolta e ele...sossegou. Uma sessão de cinema como nos bons tempos em que as pessoas sabiam se comportar com moderação.

Após quatro trailers de típicos filmes para adolescentes burros, pobre de nós, este segundo Hobbit começou bem. Imagens fantásticas e efeitos que respeitam a obra literária. No entanto, há pancadaria demais, os últimos quarenta minutos são muito explosivos e ágeis, não imagino o livro - que não li - com tanto malabarismo. Há alguma chatice politicamente correta, a elfa Tauriel (que não consta do livro, ao que eu saiba) interagindo com um anão, apenas para nos dar mais uma lição de tolerância, e um surpreendente Legolas (Orlando Bloom) claramente inspirado no Aquiles de Tróia em termos de performance em combate e também na sua angústia existencial. O dragão Smaug filosofando sobre a corrupção humana é por demais implausível. Gandalf pouco faz. Acho que o que melhor salva é o talento de Martin Freeman, o cara promete.


Quase dá para ouvir Legolas gritando: Heitooor!!!

sábado, 30 de novembro de 2013

O Panótico caiu no conto do "festival brasileiro de cinema" (334)



De quinta a domingo
(2012)

Um casal chileno riponga de Santiago decide levar os filhos, uma pré-adolescente e um garoto de sete anos, para visitar a vovó em um buraco rural do norte daquele país. O menino vive a fase do pai-herói, mas Lucía percebe que algo vai mal no relacionamento dos pais.




Acabei de assistir gratuitamente a este longa no Festival Primeiro Plano de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, este evento subvencionado pelo dinheiro público a esta coisa que se chama cinema nacional, com direito à presença da diretora chilena. O casal protagonista é feio, sem carisma, songa-monga, chega ao ponto de furtar frutas em propriedade alheia e permitir que os filhos viajem no teto do automóvel, um carro que, por sinal, demonstra o estado de espírito dos adultos. Há riponguismos em profusão, como a mãe toda cheia de carinhos com um amigo antigo do casal, comportamento típico de hippies, disfarçar sedução como se fosse amizade. No meio do caminho eles acampam entre porcos (literalmente). O pai se perde na estrada e fica lá, todo ripongo olhando a natureza. A fotografia é péssima, não se aproveita quase nada da paisagem do Chile.

Apesar de pouco passar de hora-e-meia de projeção a sensação é de que fiquei umas três horas esperando pelo final. Há apenas alguns momentos divertidos, como o garoto que viveu em Paris e tira um sarro em francês. Fora isto, o clichê da separação dos pais, dois idiotas, sabe-se lá por quê. 

P.S. A plateia típica da minha aldeia aplaudiu, mas apenas dois terços dela, e sem se levantar. O insuportável, pernóstico e artificial Um copo de cólera foi aplaudido de pé, com exceção de mim, há quase vinte anos atrás, em abertura de cinema local com a presença do diretor e casal global protagonista.

sábado, 23 de novembro de 2013

Woody Allen não decepciona o Panótico (333)


Blue Jasmine
(2013)

O bom dos filmes de Woody Allen é que ele não pretende ser muito original. Ele não é o diretor de um Som ao Redor que faz uma m**** de filme e encontra milhões de pessoas para achar que aquilo lá tem muito valor a ponto de dizerem que é um marco do cinema de algum país sem solução. Aqui vemos novamente o cineasta novaiorquino em sua fase russa (Crime e Castigo)

Uma perua novaiorquina (a muito excelente Cate Blanchett) vai à falência e volta para a sua San Francisco natal, tendo que viver na casa da irmã, uma caixa de supermercado, com dois filhos adolescentes, divorciada e desesperada para casar com qualquer um de seu meio social. A ex-socialite - na realidade uma menina adotada e de origem pobre, assim com a também adotada irmã - não perde a pose, bebe regularmente e fala sozinha quando pressionada. A mulher precisa trabalhar e estudar, mas prefere mesmo é um novo casório que lhe devolva a vida de futilidades, a que conhecemos detalhadamente em constantes flashbacks.

Nenhum filme de Woody Allen mudou a indústria cinematográfica de seu país de origem, nada é genial, mas a maioria deles são histórias bem narradas, te divertem de forma inteligente e despretensiosa.

O Panótico começou a ver, mas achou um saco e desistiu (331-2)



O grande mestre
(2013)

Direção de Wong Kar Wei com Tony Leung e Ziyi Zhang. Tema: Ip Man, mestre de Bruce Lee, que já rendeu dois ótimos filmes com Donnie Yen já resenhados por mim. Eu vejo todo empolgado, separo uma hora para me render a mais uma maravilha chinesa e... um filme leeeento, totalmente fantasioso, cheio de poses e efeitos, mas que droga!



Thor "2"
(2013)

Com exceção de alguns X-Men e Wolverines, todos os filmes Marvel são um lixo: barulheira infernal, efeitos o tempo todo, poses, enredo inverossímel e tedioso, eu tenho que me prometer não ver mais estas porcarias estadunidenses.



O Panótico viu há muito, mas ficou com preguiça de resenhar (330)


O advogado do Terror
(2007)

Jacques Vergès (1925-2013) foi advogado, entre outros, de Klaus Barbie, o "açougueiro de Lion", o terrorista venezuelano Carlos, o ditador sérvio Slobodan Milosevic e uma plêiade de facínoras do Terceiro Mundo. Este ótimo filme traça a sua biografia com dezenas de depoimentos.

Há uns trinta anos atrás li uma entrevista na Veja com Jacques Vergès, na época causando grande repercussão por ter aceitado defender o arqui-criminoso de guerra Klaus Barbie, responsável pela morte de dezenas de milhares de judeus na França. Duas perguntas ficavam no ar: como alguém pode defender tal pessoa, e o que ele vai dizer. Vergès utilizou o argumento de que a França era culpada pelo massacre dos argelinos e procurava um caminho diversionista. Pensei se tratar de um mercenário (Vergès era regiamente pago por um banqueiro suíço nazista) e nunca mais ouvi falar neste meu "colega".

O filme não é uma defesa do advogado, embora se tenha esta impressão,mas uma pesquisa muito bem fundamentada. Vergès nasceu na Indochina, estudou na França e desde jovem odiava o imperialismo. Militou inicialmente na área criminal e ao defender o primeiro cliente, um jovem delinquente, afirmou de que este poderia ter sido ele próprio. Foi para a Argélia defender uma jovem terrorista, casou-se com ela, entrou para a política e... sumiu por dez anos. A partir daí aumentou o seu envolvimento com o banqueiro nazista que financiava grupos palestinos.

É um senhor documentário, vi três vezes.


O Panótico lê aqui e agora (38)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O Panótico vê aqui e agora (329)


Este filme é ruim, mas tão ruim, que nem vou me dar ao trabalho de explicar o por quê.

Cada povo tem o cinema que merece.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

My best loved 1973 rock albums (8)



Estou sem tempo, cabeça e organização para resenhar estas séries. Os meus vinis estão fora do lugar. Fica aqui registrada a minha preferência, quando der, eu reedito tudo.

My best loved 1983 rock albums (8)



90125
(Yes)

Estou sem tempo, cabeça e organização para resenhar estas séries. Os meus vinis estão fora do lugar. Fica aqui registrada a minha preferência, quando der eu reedito tudo.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Viagem à Lisboa















www.enaldoviajando.blogspot.com.br


Fiz uma viagem de duas semanas por Lisboa e outras cidades portuguesas. Registrei cerca de duas mil e duzentas fotos e gravei mais de setecentos vídeos. A maior parte se encontra no meu blog. Visite-o e encontrará algo de que goste. Obrigado.

Hice un viaje de dos semanas a Lisboa y otras ciudades portuguesas. Un total de dos mil doscientos fotos y grabado más de siete videos. La mayoría está en mi blog. Visítelo y encontrar algo que te guste. Gracias.

I did a two-week trip to Lisbon and other Portuguese cities. I took about two thousand two hundred photos and recorded over seven videos. Most is in my blog. Visit it and find something you like. Thank you.

J'ai fait un voyage de deux semaines à Lisbonne et d'autres villes portugaises. J'ai pris environ deux mille deux cents des photos et a enregistré plus de sept vidéos. La plupart est dans mon blog. Visitez-le et trouver quelque chose que vous aimez. Je vous remercie.

Ich habe eine zweiwöchige Reise nach Lissabon und anderen portugiesischen Städten. Ich habe über zweihundert Fotos und aufgezeichnet über sieben Videos. Meist ist in meinem Blog. Besuchen Sie es und finden Sie etwas, das Sie mögen. Vielen Dank.

Jag gjorde en två veckors resa till Lissabon och andra portugisiska städer. Jag tog ca 2200 bilder och registreras över sju filmer. Mest är i min blogg. Besök den och hitta något du gillar. Tack.



segunda-feira, 1 de julho de 2013

O Panótico vê aqui e agora (328)




Universidade Monstros
(2013)

Mike Wasowski é um garotinho louco para ser um assustador famoso, mas sofre bullying na escola. Chegando à idade adulta, ingressa na famosa Universidade Monstros, e quer cursar Sustos. Mas ninguém o leva a sério, principalmente  Sullivan e uma espécie de reitora. O zoiudinho vai ter que provar o seu valor.

Achei uma decepção este desenho, particularmente porque Monstros S.A. foi a melhor produção animada de que vi até hoje, desde o pioneiro Toy Story. O desenho é muito gritado, e o mote "Não se subsestime e não deixe que outros o façam" já está bem surradinho. Achei interessante apenas a fase infantil de Mike e o momento em que adentram no mundo humano.

Há um belo curta que é exibido anteriormente, O guarda-chuva azul, que talvez faça valer a pena ir ao cinema.


My best loved 1973 rock albums (7)

My best loved 1983 rock albums (7)




terça-feira, 25 de junho de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Um grande passo para mim.

CONVITE - DEFESA PÚBLICA DE DISSERTAÇÃO.

Mestrando:  Enaldo Pereira Soares

Acontecerá no dia 25/06/2013 (3ªfeira), às 14h, no Campus Verbum Divinum, Avenida Barão do Rio Branco nº 3.520 -  Alto dos Passos. Sala 402.

Título"O romance policial brasileiro: a obra de Luiz Alfredo Garcia-Roza”.  

Resumo

SOARES, Enaldo Pereira. O ROMANCE POLICIAL BRASILEIRO: A OBRA DE LUIZ ALFREDO GARCIA-ROZA. 130 f. Dissertação (Mestrado em Letras). Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013.

Esta pesquisa tem por objeto o estudo do romance policial brasileiro contemporâneo como gênero literário nacional, tomando como foco o conjunto da obra do escritor e psicanalista Luiz Alfredo Garcia-Roza, entre os anos de 1996 e 2012, data de suas primeira e última publicações.
Adotaremos como roteiro teórico a apresentação do romance policial como gênero, suas origens e elementos essenciais. Em seguida a identificação da literatura policial em solo nacional, com ênfase na produção contemporânea. A obra de Luiz Alfredo Garcia-Roza, com uma sequência de dez títulos nos últimos vinte anos, permite formar um conjunto suficiente para efeito de teoria e crítica literária. O foco principal é a análise comparativa do mesmo conjunto para com a literatura policial estrangeira e para com a literatura brasileira contemporânea.
As questões teóricas pertinentes são algumas das que têm norteado a teoria e crítica literária mundial: o que é literatura? qual a relação entre literatura e autor? qual a relação entre literatura e realidade?

Palavras-chave: Literatura brasileira. Teoria literária. Romance policial.


                          
A banca será composta pelos seguintes professores:

Prof. Dr. William Valentine Redmond (CES/JF)
Prof. Dr.  Luiz Fernando Medeiros de Carvalho (CES/JF)
Prof. Dr. Marco Aurélio de Sousa Mendes (UFJF)


Contamos com a presença de todos vocês!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Fui na passeata.








A última vez que fui a uma passeata foi em '98, em uma greve de professores. Depois perdi a fé nos movimentos sociais a ponto de querer ir em passeatas. Mas estes movimentos desta semana têm uma coisa que me atraem. Não são exclusiva ou preponderantemente partidários. Além do que, toda esta coisa de copa no Brasil me parece um grande absurdo, ainda que eu adore copas do mundo. Por ser mais velho, a reportagem local foi quente na minha figura. Veja aqui a minha opinião no jornal local.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O Panótico ouve aqui e agora (113)


Ao final de Epic (Reino escondido) toca esta belíssima música de Sia, cantada por Beyoncé, alguém de que eu nunca poderia imaginar que faria algo de que gostasse. Para mim é a música do ano.

terça-feira, 11 de junho de 2013

O Panótico vê aqui e agora (327)


Behind the candelabra
(2013)


Las Vegas e Los Angeles, entre 1976-87. O pianista brega e milionário Liberace (1919-87) (Michael Douglas) se  apaixona pelo menor tratador de animais Scott Thorson (Matt Damon) e o convida para trabalhar com ele como faz-tudo. O pobretão acredita que se deu muito bem, e passa a viver faustosamente às custas do perdulário artista. Mas Liberace é um velho manipulador, negou a vida inteira ser homossexual e ainda processou (e venceu) a imprensa londrina por tentar revelar a sua identidade.



Somente vi Liberace em dois episódios de Batman (1966) exibido na tv brasileira por volta de '77. Lembro de duas coisas: que Liberace era um exímio pianista e claramente gay. Depois disto lembro apenas que ele não era considerado um músico sério, nunca pensei em comprar um disco dele.

Michael Douglas e Matt Damon como dois gays em um filme repleto de gayzices pode não convencer muita gente. Mas eu achei que ambos estão bem, e nunca vi galãs se exporem a este ponto em filmes mainstream. Aqui não há nada de Brokeback Mountain, é o mundo gay nu e cru. Achei também importante mostrar este universo como manipulador, maquiavélico, obcecado com juventude e bens materiais, não há esta coisa de tratar minorias com luva de pelica. Baseado na versão de Scott Torson, um cara até hoje bem enrolado com problemas legais e vícios, e dirigido por Steven Soderbergh, não é um filme para o grande público. Não acredito que seja exibido aqui no interior das Gerais.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O Panótico vê aqui e agora (326)



A caça
(2012)


Lucas (Mads Mikkelsen, o Le Chifre do primeiro 007 com Daniel Craig) é um professor de uma escola infantil em uma pequena comunidade dinamarquesa. Recém-separado de sua esposa e pai de um adolescente, é um profissional estimado, adorado pelos alunos e bem integrado na cidade. Klara é uma garotinha que sofre com as discussões familiares e se apoia emocionalmente em Lucas que, por sinal, é o melhor amigo de seu pai. Dois adolescentes exibem pornografia para a garotinha, ela tenta dar um beijinho na boca de Lucas, e, este, com muito tato, lhe explica que estas manifestações de afeto são para os pais. Klara fica magoada e inventa que Lucas lhe havia mostrado o pênis. 


Lucas enfrenta graves dificuldades por parte da comunidade que o toma por pedófilo, e a fantasia dos garotinhos multiplica as acusações. Achei a reação da maioria desproporcional para o norte da Europa, seria mais factível nas Américas (qualquer uma delas). Independentemente disto, é um ótimo filme sobre a presunção de culpabilidade que toma de assalto as mentes humanas. É impressionante como as pessoas desejam uma justiça sumária, imediata, sem devido processo legal, contraditório e ampla defesa. Dirigido por Thomas Virtenberg, companheiro de Lars von Trier no grupo Dogma 95.

terça-feira, 4 de junho de 2013

O Panótico re(vê) aqui e agora (325)



O colecionador
(1965)


Londres, 1963. Frederick (Terence Stamp) é um funcionário de um escritório que sofre bullying por parte de seus colegas por colecionar borboletas. Muito retraído, ganha na loteria, pede demissão do emprego e adquire uma casa de campo. Frederick sequestra uma bela jovem, Miranda (Samantha Eggar), e decide convencê-la a conhecê-lo melhor. Miranda percebe que Frederick provavelmente não irá matá-la e passa seduzi-lo como estratégia para dissuadi-lo de seu crime. Mas Frederick não é tolo e é menos louco do que aparenta.



Assisti este filme na antiga Coruja Colorida  em meados da década de setenta. Foi dirigido pelo cineasta alemão William Wyler (diretor de O morro dos ventos uivantes e Ben-Hur) e baseado na obra The collector de John Fowles (que também escreveu A mulher do tenente francês). Na época foi um filme que me impressionou bastante não só pelo ambiente britânico como pelo horror do sequestro em si, mas isto simultaneamente ao fato de que senti simpatia e pena do jovem que apenas queria ser amado. Vendo-o novamente tive a sensação de que aquele poderia ter sido um casal de fato, se o protagonista fosse menos reprimido (ou biruta). Imagino que o livro deva ser ótimo, pois ficamos na torcida para que a vítima encontre um eficaz meio de fuga. O final também me impressionou, mas sobre isto nada devo dizer, rs...